SMS: E que tal, Bandeiras Azuis nas praias da política?

Entra por um ouvido e sai pelo outro. Os que fizeram da “política” uma carreira profissional, há muito que já perceberam que, perante reparos, escrutínio crítico, discordâncias fundamentadas e dedos na ferida dos jogos de interesses, não tanto o segredo mas o “não ligar” é a alma do negócio. Uma crítica e ouve-se o visado dizer para a sua roda: “Esquece”. Um reparo e logo da boca sai mecanicamente aquele “deixa-o falar, até que se cale”. E para quê esforço em fundamentar discordâncias, se o raciocínio de resposta dispara ao discordante a bala do “mau feitio”, por vezes a “dor de cotovelo”, ou se coisa provoca enervamento do atirador, lá vai o tiro de canhão com o tal “quem manda aqui sou eu, acabou-se a conversa”?

Depois, no terreno do abstrato, querem “participação cívica”; depois, nos sermões sobre exclusivos casos gerais, fazem apelos à ”vivência democrática ativa”; depois, até agradecem que o “público” não acorra às reuniões aberta de câmara e não use o “período de intervenção” nas assembleias municipais. E se acorre e usa, é trabalho da “oposição” e daquela gente que “está por detrás”… Pelo que se ouve aqui e ali, o “ambiente político” não passa disto, com alguma animação gerada por encómios, por elogios em “blogues informativos” pagos pelos elogiados, por muito e até asfixiante incenso saído dos turíbulos dos departamentos de “comunicação” com destino às vozes dos donos a troco de publicidade “institucional”. Fora deste esquema ainda teremos algumas rádios transformadas em púlpitos de seitas ou extensões de discotecas, e algumas outras que praticamente pilharam as frequências estabelecidas para emissões locais ou regionais mas que, a rigor, pouco ou nada têm a ver diretamente com o Algarve e suas terras.

E é neste ambiente que quem entrou na “política” por carreira profissional, está e passeia no Algarve como quem está e passeia em praias. Estas têm, e bem, bandeiras azuis que les assinalam a excelência e a qualidade. Além disso, conforme o estado do mar, nelas são içadas as bandeirinhas verde, amarela ou vermelha, como sinais de aviso que vão da confiança ao perigo. E que tal se, nas praias da política, fosse colocadas bandeiras azuis, em caso de comprovada excelência e qualidade? Não falando das bandeirinhas de confiança ou de tempestade que supostamente cabe aos eleitores içar, eleitores estes que têm sido os nadadores-salvadores dos banhistas, quantas praias do Algarve Político figurariam no mapa? Não se sabe, mas cada um que veja a sua praia.

Flagrante alternativa: Com a Via do Infante longe, muito longe dos objetivos de salvadora alternativa à 125, e com a 125 mais ou menos “requalificada” com a requalificação multiplicada das ratoeiras entre rotundas e traços no piso como no jogo das manecas, resta ao Algarve a antiga solução para as suas ligações internas e externas – por via marítima.

Carlos Albino

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