SMS: Por onde andam moscas e abelhas

A imprensa dita “nacional” e que deixa como documento alguma ou escassa notícia mas muita opinião genial onde, já agora, este apontamentozito se inclui, dedica-se às mais contraditórias interpretações dos recentes resultados eleitorais, muitas em função da sua espúria conveniência e algumas lamentável mente na lógica de proverbial falsidade. Mais se nota essa conveniência ou mesmo falsidade, da parte daqueles que, perdendo eleições também perderam a cabeça e a compostura.

Isto faz lembrar uma frase do jornalista mexicano, Leonardo Schwebel, que transfere assertivamente para o mundo das opiniões a comparação entre duas espécies de insetos, as moscas e as abelhas. Diz Leonardo Schwebel que “não se pode convencer uma mosca a converter-se em abelha, porquanto as moscas andam no cócó, e as abelhas andam nas flores. É impossível convencer as moscas a andarem pelas flores em vez de andarem pelo cócó”. Pela terminologia sorridente das televisões, as moscas e abelhas também têm entre si “linhas vermelhas” quando procuram as respetivas bases de alimentação.

Nunca se ouviu uma mosca opinar sobre como se alimenta, o que fará em termos que uma abelha recusa, mas algum dia será descoberta ou uma app ou construído um algoritmo que dê conta do que uma mosca escreverá em jornais portugueses depois de saborear o cócó e de resistir a experimentar flores, seguramente sítio mais limpos.

Não está em causa que se interdite as moscas a serem livres de pousar aqui ou ali, ou de voarem para onde lhes cheire a isto ou a aquilo. Só que, lá por pousarem na careca de um doutor a fingir-se como rebento de flor, não lhes confere o direito de tratarem tudo como porcaria, como muito bem advertiu António Aleixo quando Portugal estava em grande parte povoado por mosquedo e com eleições às moscas.

Isto também não invalida que muita moscas não tenham entrado nas colmeias e até com certificado digital, mas não produzem mel.

Flagrante agenda: Antes que haja esquecimento – neste dia 6, domingo, concerto dedicado ao nosso saudoso Fernando Reis, no Cine-Teatro Louletano. No palco, Susana Travassos, sua filha.

Carlos Albino

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