A agência Standard & Poor’s (S&P) comunicou hoje de madrugada que mantinha a notação BB para a República Portuguesa e que a perspetiva (outlook) continuava negativa.
A notação BB significa que a dívida de longo prazo é considerada especulativa (vulgo “lixo financeiro”) e está, apenas, dois níveis acima da classificação como “altamente especulativa”.
A S&P havia decidido em 18 de setembro de 2013 colocar em observação negativa a notação (negative credit watch) sobre a dívida de longo prazo, havendo 50% de probabilidade de descer ainda mais o rating em terreno especulativo.
O risco de uma descida de notação foi afastado pela decisão de hoje, em virtude dos sinais de “estabilização da economia desde meados de 2013” e da expetativa de que as metas do défice orçamental sejam alcançadas. Desde setembro que se realizaram uma troca de dívida obrigacionista em dezembro e uma emissão sindicada agora a 9 de janeiro.
A notação BB foi atribuída pela S&P à dívida portuguesa em 13 de janeiro de 2012. A 6 de março de 2013, a agência decidiu que a perspetiva era “estável”, avaliação que alterou, depois, em 18 de setembro, colocando em observação negativa. No verão ocorrera a crise política e o adiamento da oitava e nona revisões pela troika.
Recorde-se que, na semana passada, a agência Moody’s adiou para 9 de maio a comunicação sobre a revisão da notação de Portugal.
Segundo as notações atuais, o pior rating, dentro do nível de dívida especulativa, é atribuído pela Moody’s (Ba3, que equivale a BB-) e o melhor pela Fitch (BB+).
Só a Grécia faz companhia a Portugal no “clube” da dívida especulativa, ainda que com um rating muito pior, de dívida altamente especulativa. Espanha, Itália e Irlanda estão classificadas no “grau médio inferior” de investimento.
RE
