A chuva e o vento que se fizeram sentir no domingo, dia 22 de outubro, provocaram estragos no sotavento algarvio em concelhos como Loulé, Faro, São Brás de Alportel, Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António.
A tempestade “Bernard” trouxe inundações, quedas de árvores e de outras estruturas, cortes de estrada e falhas de eletricidade que deram trabalho às autoridades.
Em Loulé foram registadas mais de 150 ocorrências no concelho, sendo na sua maioria quedas de árvores na via pública, segundo um comunicado da autarquia.
No terreno estiveram cerca de 100 operacionais dos Bombeiros Municipais, Serviço Municipal de Proteção Civil, Câmara Municipal de Loulé, Juntas de Freguesia e empresas municipais.
A autarquia alerta os munícipes que tenham sofrido danos nas viaturas estacionadas na via pública para que se dirijam ao serviço de expediente da Câmara Municipal de Loulé para participar a ocorrência, juntamente com o relatório da Guarda Nacional Republicana, fotografia dos danos e comprovativo da titularidade do veículo.
Em São Brás de Alportel foram registadas 20 ocorrências em 24 horas, com 13 quedas de árvores, duas inundações, três movimentos de massa, uma queda de estrutura e um patrulhamento.
No local estiveram 94 operacionais dos Bombeiros e dos serviços da Câmara Municipal.
Em Vila Real de Santo António foram várias as árvores derrubadas ou destruídas pelo vento, além das estradas alagadas e outros estragos ocorridos em todo o concelho.
O comandante regional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Richard Marques, disse que, até às 17:00, foi registado um total de 224 ocorrências, 145 correspondentes a queda de árvores, 47 inundações, 24 quedas de estruturas e alguns movimentos de terras.
“Faro foi o concelho mais afetado até ao momento, onde se registaram 71 ocorrências”, especificou.
De acordo com Richard Marques, “não há registo de quaisquer vítimas ou danos pessoas resultantes do mau tempo.
Sete voos cancelados
Ventos fortes cruzados e chuva condicionaram no domingo, dia 22 de outubro, as operações de aterragem e descolagem no Aeroporto Internacional Gago Coutinho, em Faro, tendo afetado mais de sete voos, disse fonte da Navegação Aérea de Portugal (Nav), além de terem provocado estragos no sotavento algarvio entre Loulé e Vila Real de Santo António.
De acordo com a fonte, o mau tempo que se registou no Algarve, nomeadamente “os ventos cruzados com rajadas próximo dos 50 nós (cerca de 100 quilómetros por hora)”, condicionaram “as operações aéreas de descolagem e aterragem”.
Devido à velocidade do vento muitos comandantes das aeronaves optaram por não aterrar e não descolar, realçou a fonte.
Contudo, adiantou, a melhoria das condições meteorológicas permitiu “reabrir em pleno” a operação pelas 16:50.
De acordo com informação disponível no portal da ANA – Aeroportos de Portugal, até às 15:30, mais de sete voos entre chegadas e partidas de e para cidades na Europa tinham sido cancelados.
Região em alerta vermelho
A região algarvia encontrava-se em aviso vermelho, acionado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, devido ao risco de “precipitação forte e persistente” e cujo período mais crítico da chuva seria pelas 15:00.
Já até às 18:00 esteve em aviso laranja devido ao vento com rajadas até 100 quilómetros por hora e agitação marítima, com ondas de sueste com três a quatro metros de altura e ondas de sul de seis a oito metros.
Além do jogo de futebol entre o Moncaparachense e o Vitória de Guimarães ter sido interrompido, o torneio de ténis Loulé Ladies Open by Cimpor acabou por ser adiado.
