POLITICAMENTE – Ratolândia
Só agora os nossos famosos e infalíveis cérebros se deram conta que a Troika tem sido o contrário de que é e no que tem sido. Senão como é que se pode entender esta reviravolta em considerações dos falhanços, das ilusões, das trapaças que nos foram impingindo ao longo dos estudos altamente consideráveis viáveis para os portugueses.
Vem a propósito a fábula do norte-americano Tommy C. Douglas (1904/1986), autor do original , Mouseland (território dos ratos). É uma fábula tão actual como o foi no período do seu homónimo Douglas MacArthur. Assim, que se conta a fábula dos “ratinhos” obedientes, com nação, parlamento, deputados eleitos de quatro em quatro anos, e governados pelos soberbos e perigosos gatos pretos, brancos ou malhados, conforme os jogos políticos da gataria. E assim foi decorrendo o tempo da mouseland, em sacrifícios constantes, em promessas feitas e nunca cumpridas, em que os gatos deputados em coligações, em desentendimentos circenses tinham o parlamento e governo garantidos. Pobres ratos! Até que finalmente entenderam que mais valia serem governados por si próprios, elegendo um dos seus membros.
Então os gatos pretos, brancos e pardos logo resolveram, patrióticos, o embuste do ratão. E logo o revolucionário era comunista. Prisão… Prisões, e o embuste terminado.
Tommy Douglas só pudera usar a fábula ,num grande acontecimento político, na época do macarturismo , assim disfarçada. Lembremo-nos do cineasta Charles Chaplin (o Charlot), dos escritores como John Steinbeck (Vinhas da Ira),o dramaturgo Arthur Miller (As bruxas de Salém) e tantas mais vítimas dos tempos.
Passado o dia 15 de Setembro, logo se lembrou o dia 1.º de Maio de 1974, comparativo aos dias em que o Povo saiu à rua. Então vêm os actos de contrição: Luís Filipe Meneses, assume completamente a fábula de Tommy Douglas, vindo aos microfones da RDP (dia 17), depois de, na semana anterior, o dia 7, o famigerado discurso anunciando a T.S. U., em que o p.m. anunciava medidas drásticas para quem trabalha, retirando dos salários do trabalho para o benefício dos patrões, logo aplaudida pelo sr. Conselheiro de Estado, L.F.M. pronunciar-se: a boa medida.
Ora bem, o sr. Conselheiro, no dia 17, dois dias depois, já era um gatão em critério completamente oposto: o T.S.U., é inconstitucional, assim o determina o povo que é a voz da democracia. Esta manifestação não é nenhuma organização comunista. Que descaramento! Que ofensa à inteligência, ao civismo e ao povo português.
Devemo-nos lembrar que Luís Filipe Menezes está já numa campanha eleitoral de rasca, à Câmara Municipal da cidade do Porto. Então que conselheiro de Estado pode servir para o País, neste cidadão que se aproveita duma circunstância política e popular a tentar servir-se da ocasião, na trapaça do costume? Belém tem de saber seleccionar os seus conselheiros. Lembremo-nos dos de má memória, em que o presidente da República convidou a sair .
Na próxima sexta-feira, dia 21, em Belém, aguardam-se mudanças. Estamos atentos ao tempo em que os embustes dos governos felinos não poderão ser considerados aos tempos correntes. Assim esperamos neste despertar de consciência!