O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, declarou que tenciona lançar uma investigação aprofundada sobre as imagens que mostram imigrantes a serem desinfestados, nus e ao frio, em frente de outras pessoas no centro de acolhimento de Lampedusa.
“Como animais ao frio”, refere o refugiado sírio que que filmou a cena com o seu telemóvel e que surge a explicá-la com a cara oculta, enquanto a voz do jornalista do canal italiano TG2 comenta como as imagens trazem à memória as dos campos de concentração nazis.
O refugiado diz que tanto os homens como as mulheres são regularmente submetidos a este tipo de tratamento desumano no centro.
“Estas são imagens muito graves, que nos chocaram, e sobretudo a mim. O Governo tenciona conduzir um exaustivo inquérito, para verificar e se necessário punir os responsáveis”, afirmou o primeiro-ministro Enrico Letta.
A tragédia ocorrida há dois meses
A divulgação da forma chocante como são tratados aqueles que estão retidos no centro de Lampedusa causa ainda mais impacto por surgir cerca de dois meses após a morte por afogamento de 360 refugiados junto da ilha italiana, quando tentavam desesperadamente entrar na Europa, episódio que causou uma onda de consternação e diversas reações de responsáveis políticos italianos e da União Europeia.
O centro de Lampedusa tem capacidade para 250 pessoas, mas chega a albergar um número cinco vezes superior.
No local encontram-se pessoas vindas de África e Médio Oriente, entre as quais sobreviventes desse tragédia ocorrida em outubro.
Alexandre Costa (Rede Expresso)