Considerada durante muito tempo uma doença erradicada, a tuberculose continua a afetar quase 3 mil portugueses… e não apenas grupos de risco. No hospital de Portimão, este tem sido um tema que tem gerado preocupação, desde que foram diagnosticados os primeiros casos de enfermeiros que contraíram a doença, em agosto passado.
A administração do Centro Hospitalar do Algarve, presidida por Pedro Nunes, e também o anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, sempre negaram a existência de um surto de tuberculose no hospital de Portimão, sublinhando que apenas foram detetados alguns casos em enfermeiros do serviço de urgência daquela unidade hospitalar.
Mas ontem, o presidente do Conselho Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros (OE), José Carlos Gomes, voltou a denunciar uma situação mais grave, adiantando à Lusa que 10% dos enfermeiros do serviço de urgência do hospital de Portimão têm tuberculose.
O responsável diz mesmo que os profissionais contraíram a doença devido à “falta de uma unidade de isolamento” e apela à criação da mesma, no sentido de proteger os profissionais de saúde, mas também os utentes.
A polémica estalou no início de agosto, quando o sindicato dos enfermeiros denunciou a existência de um “ambiente inseguro” para profissionais e doentes no hospital de Portimão. Na altura, foi revelado pelo delegado sindical que duas enfermeiras estavam em casa depois de diagnóstico positivo de tuberculose. Já em maio, cinco enfermeiros e dois assistentes operacionais tinham contraído tuberculose na mesma unidade hospitalar.
Nuno Couto/JA