Um filme para mostrar a religião islâmica como “odiosa”

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Enquanto o produtor do filme que está na origem da revolta dos muçulmanos diz ter feito “um filme político”, a equipa que nele participou diz ter sido enganada.

Gravado em três meses, com um orçamento de cinco milhões de dólares (cerca de 3,9 milhões de euros) – angariados com doações de uma centena de pessoas de origem judia – o filme que incendiou os ânimos dos muçulmanos e já provocou a morte a pelo menos quatro pessoas em Bengazi começou, inicialmente, por passar despercebido.

Segundo o jornal “The New York Times”, o filme “Innocence of Muslims” foi colocado no YouTube em julho, por um usuário identificado como Sam Bacile, mas só viria a chamar a atenção depois de ter sido disponibilizada uma versão traduzida para o árabe e de ter sido promovido pelo pastor norte-americano Terry Jones, conhecido por querer queimar páginas do Corão.

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Ainda que a autoria do filme em questão continue por clarificar, Sam Bacile é o nome de quem se fala. De acordo com o “The Wall Street Journal”, um homem que se identificou com esse nome telefonou para a redação. Disse ser um californiano de origem israelita, atualmente escondido por questões de segurança, e disse ainda que queria, com o filme, mostrar a religião islâmica como odiosa.

Na fita em causa, Maomé é retratado como um aproveitador mulherengo, instigador de massacres e que abusava de crianças.

Filmado na Califórnia

“O filme é um filme político, não religioso”, disse ainda Bacile ao “The Wall Street Journal”. Numa versão satírica de duas horas, “A Inocência dos Muçulmanos” (tradução livre) terá sido filmado no verão de 2011 na Califórnia, envolvendo 60 atores e uma equipa técnica de 45 pessoas.

A maioria delas já se demarcou do conteúdo da película. Em declarações à CNN, um representante dos profissionais que participaram nas filmagens diz terem sido todos enganados, nomeadamente por terem sido contratados para um filme que inicialmente se chamaria qualquer coisa como “Combatente do Deserto” e nem sequer contava com Maomé como personagem.

Uma das atrizes, que recusou identificar-se, garantiu mesmo que as falas foram alteradas. “Nunca faria um filme que prejudicasse alguém. Sinto-me muito mal por ter participado em algo que já causou várias mortes”, acrescentou ainda à CNN.

Mafalda Ganhão (Rede Expresso)
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