Universidade portuguesa com projetos europeus de conservação de água doce

Os dois projetos têm a duração de três anos

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O Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) participa em dois projetos europeus de conservação de água doce.

Chamam-se Funaction e Riparianet, focam-se respetivamente em fungos aquáticos e zonas ribeirinhas, e são financiados pela parceria Biodiversa+, da rede BiodivERsA e da Comissão Europeia, que apoia pesquisas sobre biodiversidade com impacto nas políticas e na sociedade.

Os dois projetos têm a duração de três anos, envolvem consórcios internacionais e contam com mais de um milhão de euros cada.

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Novas áreas protegidas?

O Funaction visa o estudo dos fungos aquáticos que desempenham papéis cruciais nas redes alimentares aquáticas e no funcionamento dos ecossistemas de água doce.

Este “projeto pioneiro” pretende estudar o que determina os padrões de diversidade destes fungos aquáticos e se a rede de áreas protegidas da Europa é eficaz na sua proteção.

“Queremos criar as bases de conhecimento para que os decisores políticos ou as partes interessadas possam implementar ações para a conservação dos fungos.

Vamos avaliar a nível europeu a diversidade dos fungos e dos principais agentes que fazem com que determinadas espécies estejam num local e não noutro”, esclarece a investigadora Isabel Fernandes, ladeada pelo docente Ronaldo Sousa.

A equipa da UMinho vai analisar em especial as espécies existentes no Parque Nacional da Peneda-Gerês, para permitir novos planos e políticas capazes de atender às metas globais de conservação, com vista ao eventual aumento das áreas protegidas.

“Queremos perceber se as atuais áreas protegidas são ideais para a proteção dos fungos aquáticos ou se deveremos sugerir outras ou a expansão das que existem”, avança a cientista.

O Funaction reúne cientistas e conservacionistas da Alemanha, EUA, Estónia, Itália, Portugal, Suécia e Suíça.

Impedir o avanço dos plásticos nos rios

Já o Riparianet visa, através de imagens de satélite, estudar dados ambientais e no local sobre as ramificações e a vegetação das zonas ribeirinhas.

“Vamos procurar definir critérios para defender a biodiversidade associada aos nossos rios, nomeadamente no Cávado, fornecendo ferramentas para identificar áreas e hotspots de vegetação ribeirinha e percebendo se é necessário acrescentar novas áreas protegidas”, diz o investigador Giorgio Pace.

Além da flora, será avaliada a fauna, nomeadamente morcegos, invertebrados, insetos, fungos, entre outros.

Será ainda avaliada a capacidade da vegetação ribeirinha para impedir o avanço dos plásticos que ali vão surgindo. “É um problema muito grave.

Quase 80% do plástico presente nos rios acaba nos oceanos, mas há muito mais que fica preso na vegetação ribeirinha”, resume Giorgio Pace.

A UE quer aumentar a proteção dos ecossistemas para incluir 30% da sua área total terrestre e marinha.

Como os recursos naturais têm sido sobre-explorados, essa zona de proteção tem vindo a diminuir. No caso das zonas ribeirinhas, fazem a transição natural entre ecossistemas aquáticos e terrestres, contribuindo para a biodiversidade regional, mas falta um quadro normalizado de avaliação e proteção, insiste Giorgio Pace.

O Riparianet engloba seis bacias hidrográficas na Europa, incluindo os sistemas boreal, continental, alpino, temperado e mediterrânico. O projeto conta com parceiros de Itália, Alemanha, Espanha, Suécia e Portugal.

Universidade do Minho

através da Associação Portuguesa de Imprensa

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