VRSA: Grupo sul-africano vai transformar três imóveis num conjunto hoteleiro

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Hotel Guadiana, em Vila Real de Santo António

O projeto, denominado “Grand Café & Suites Algarve”, inclui o Hotel Guadiana, que será recuperado como hotel de charme, o antigo edifício da Alfândega e o antigo restaurante “Dom Jota”, na Ponta da Areia. O projeto aguarda ainda que autarquia adguira o Hotel Guadiana, por via da expropriação, para poder avançar

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Domingos Viegas

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Um grupo hoteleiro sul-africano vai explorar turisticamente três imóveis da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, no entanto o projeto aguarda ainda que a autarquia adquira o Hotel Guadiana, por via da expropriação, para poder avançar.

“Há uma intenção de adjudicação do Hotel Guadiana, por parte do Tribunal, à Câmara, por via da expropriação. A autarquia está-se a preparar para depositar o dinheiro e ficar na posse do imóvel”, explicou ao Jornal do Algarve o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.

Luís Gomes acrescentou que a concessão do hotel “está em vias de adjudicação final a quem ganhou o concurso” lançado para o efeito. “Ganharam o concurso e estamos à espera que venham assinar o contrato. Estamos à espera de fechar o assunto. Se não se fechar teremos que lançar um novo concurso”, referiu autarca.

Além do Hotel Guadiana, que funcionará como hotel de charme, o concurso incluiu o antigo edifício da Alfândega, que também se localiza na Avenida da República, mas junto à câmara municipal, recentemente reabilitado pela autarquia no âmbito do projeto JESSICA e que chegou a ser apontado como futura “casa” da Assembleia Municipal. Este imóvel deverá ser uma segunda unidade de alojamento.

O terceiro imóvel integrado na mesma concessão é o do antigo restaurante “Dom Jota”, na Ponta da Areia. À semelhança das unidades que o grupo possui na África do Sul, este espaço deverá funcionar como bar, neste caso com vista para a foz do Guadiana. “A Câmara tem a concessão deste último imóvel e vai cedê-la. Está tudo incluído no mesmo concurso”, revelou Luís Gomes.

No site que o grupo sul-africano possui na internet, o conjunto das três unidades surge com a denominação “Grand Café & Suites Algarve” e é apontada como o próximo projeto daquele grupo empresarial. A concessão será feita por 20 anos e a autarquia espera, através da respetiva renda, amortizar o investimento efetuado na compra e na reabilitação dos imóveis.

Atualmente, aquele grupo hoteleiro tem três unidades na África do Sul, o “Grand Café & Rooms Plettenberg Bay”, o “Grand Café & Room Camps Bay” e o “Grand Café & Beach Granger Bay”, bem como uma outra no Zimbabué, o “Grand Wild is Life” (em Harare).

A autarquia vila-realense pretende ainda concessionar, com fins turísticos e de alojamento para o centro da cidade, mais dois imóveis localizados na Praça Marquês de Pombal. Um deles é o edifício que está junto à Caixa Geral de Depósitos e que foi adquirido àquele banco há alguns anos, o outro é um primeiro andar que se situa junto à igreja.

“Sobram estes dois edifícios, que ainda não têm adjudicatários e para os quais pretendemos lançar concurso brevemente”, explicou Luís Gomes.

O Hotel Guadiana, denominado inicialmente Grande Hotel Guadiana, é um dos mais emblemáticos edifícios de Vila Real de Santo António. Foi desenhado, com a sua traça de estilo “Arte Nova”, pelo arquiteto de origem suíça Ernesto Korrodi. A sua construção decorreu entre 1918 e 1921 e a inauguração aconteceu em 1923. Foi classificado como Imóvel de Interesse Municipal em 2010.

O hotel está encerrado há cerca de oito anos, depois da proprietária ter sido vítima de uma burla por parte do advogado que a representava e que fez a venda do imóvel à sua revelia. O caso arrastou-se em Tribunal e, no final de 2010, o referido advogado foi condenado a dez anos e seis meses de prisão efetiva, pelos crimes de burla qualificada, abuso qualificado, falsificação de documentos e abuso de confiança. Foi ainda condenado a indemnizar a proprietária do hotel em cerca de 1,3 milhões de euros.

Entretanto, a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António deliberou classificar o edifício como Imóvel de Interesse Municipal, para evitar a sua degradação, e avançar com o direito de expropriação junto do Tribunal. Para avançar com a sua requalificação, e posterior concessão, a autarquia terá que ressarcir a proprietária pelo valor estipulado pelo Tribunal.

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