Dia Mundial das Zonas Húmidas comemora-se este domingo. No Algarve existem quatro destes espaços naturais incluídos na lista da Convenção de Ramsar: Ria Formosa (desde 1981), Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, Ria de Alvor (ambos desde 1996) e, mais recentemente, desde 2012, a Ribeira do Vascão
Domingos Viegas
Este domingo, dia 2 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas, instituído para comemorar a data da adoção da Convenção das Zonas Húmidas, assinada em Ramsar (no Irão) em 1971, com o objetivo de promover a cooperação internacional e incentivar as ações nacionais no sentido de sensibilizar para uma gestão racional e sustentável daqueles espaços naturais.
A Convenção de Ramsar foi o primeiro tratado global sobre conservação da natureza, tendo entrado em vigor quatro anos depois (em 1975).
Hoje, praticamente todos os países que possuem zonas húmidas já assinaram o tratado, comprometendo-se a proteger aqueles espaços. Existem atualmente 2.171 zonas húmidas (sítios Ramsar) em todo o mundo, que totalizam uma superfície de mais de 207 milhões de hectares.
Em Portugal, apesar da existência de inúmeras zonas húmidas protegidas noutros âmbitos, apenas 31 estão classificadas como sítios Ramsar, totalizando 132.487 hectares. Destas, quatro estão localizadas no Algarve: Ria Formosa, Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, Ria de Alvor e Ribeira do Vascão.
O que é uma Zona Húmida?
De acordo com a Convenção de Ramsar, uma Zona Húmida “é uma área de sapal, paul, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo águas marinhas até seis metros de profundidade na maré baixa, bem como zonas costeiras e ribeirinhas”. As zonas húmidas recebem água da chuva, de reservatórios naturais subterrâneos e de outras zonas húmidas como rios e ribeiras. Mas também perdem água para estes.
Porque são tão importantes?
– Controlam as inundações e a erosão, porque retêm e absorvem a água de grandes chuvadas e a vegetação reduz a velocidade da corrente.
– Purificam a água, ao reterem substâncias poluentes, que acabam por se transformar, tornando-se inofensivas.
– Alimentam reservatórios naturais subterrâneos de água doce, que o homem utiliza para diversos fins.
– Abrigam e alimentam aves, migradoras e outras espécies, em particular durante a reprodução, sendo fundamentais para a sua conservação.
– Contrariam o efeito de estufa, uma vez que a vegetação retém o dióxido de carbono que, em excesso no ar, impede as radiações solares de se libertarem para o espaço.
– Protegem a costa contra tempestades, porque a vegetação reduz a acção do vento, das ondas e das correntes.
Porque estão ameaçadas?
“Apesar da sua importância ecológica, estética e cultural, as zonas húmidas foram consideradas, durante muito tempo, áreas marginais que deveriam ser transformadas em terra seca. Algumas actividades recreativas, construção desordenada de casas, alteração profunda dos cursos dos rios (por extracção de água, construção de canais e barragens), remoção da vegetação das margens, poluição e certas actividades agrícolas ameaçam actualmente as zonas húmidas pelo mundo. Por estas razões, metade da área que era ocupada por zonas húmidas desapareceu durante o século XX”…
…(Reportagem completa no suplemento JA Magazine que acompanha a edição impressa do Jornal do Algarve que está nas bancas desde quinta-feira, 30 de janeiro)