Pedro Pires, técnico superior na Câmara Municipal de Castro Marim e membro do Centro de Estudos em Património, Paisagem e Construção da Universidade do Algarve (CEPAC/UAlg), esteve presente no colóquio e ajudou-nos a compreender a relevância do legado de José Eduardo Horta Correia e do colóquio organizado em sua homenagem.

“Para um leitor que não conhece a obra e legado, quem é para si José Eduardo Horta Correia?” Foi a pergunta que lhe fizemos em primeiro lugar. “O professor José Eduardo Horta Correia é desde logo uma referência no que respeita ao Urbanismo e à História da Arte, não só ao nível regional – pois teve um grande peso no estudo de tudo o que foi sobre o Algarve – mas é também uma referência, hoje em dia, a nível nacional. Basta olhar para grandes historiadores da arte da atualidade como Luísa Trindade, Walter Rossa, Margarida Tavares da Conceição, Renata Araújo… São apenas alguns dos muitos historiadores da arte que foram alunos dele e que acabaram por ser orientados por ele. É uma referência”, afirma.

Fazendo uma retrospetiva daquilo que foi o colóquio, destaca a assistência da sala onde decorreu o evento. “Tanto é uma referência que bastou olhar para assistência do próprio colóquio que estava cheio de pesos pesados e de outras referências da História da Arte e do Urbanismo que fizeram questão de marcar presença. E não sei se há muitos colóquios que tenham tido uma assistência tão rica como aquele”, observa o técnico superior, que outrora já foi um dos alunos de Horta Correia.

“Horta Correia foi meu professor na licenciatura em Património Cultural e, mais recentemente, um dos orientadores da minha dissertação de mestrado sobre o Urbanismo de Castro Marim. Desses tempos, diz ter “as melhores recordações”. “Ele tem muitas histórias”, brinca.

“Comparo-o muito, não sei se por ser de Vila Real de Santo António, ao professor Rosa Mendes. O professor Horta Correia conseguia ter um conhecimento académico extraordinário e elevadíssimo. Tinha uma visão muito precisa e hoje em dia, com os seus 85 anos, consegue manter essa visão, mas sempre com uma maneira de ser bem-disposta e divertida, com um sentido de humor muito característico e uma relação muito próxima dos alunos. É uma daquelas pessoas que não é apenas professor dentro das quatro paredes de uma sala de aula. Continua a ser uma pessoa muito acessível e não é por acaso que hoje em dia continua a ter, apesar de já estar aposentado, contacto com muitos dos seus alunos”, conta ao JA.

Questionado sobre se se considera um discípulo de Horta Correia, prefere o termo “aluno”. “Desde que o conheci sempre aprendi e continuo a aprender muito com ele e com os trabalhos dele”, enaltece.

O momento da apresentação de Pedro Pires. foto D.R. MartaSantos

Olhar pioneiroNa sua visão, o professor Horta Correia distingue-se “pelo olhar muito pioneiro no que corresponde à perceção sobre o trabalho que os urbanistas e grandes mestres arquitetos portugueses tiveram não só em Portugal, mas ...