Alternativas para recarregar o futuro

Para arrefecermos o planeta teremos de adotar a chamada “transição energética verde”

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As alterações climáticas estão na atual agenda mediática. Este destaque faz todo o sentido pois o nosso futuro coletivo depende da consciência alargada do problema – que é um facto científico irrefutável – e das medidas que implementarmos.

Para arrefecermos o planeta teremos, entre outras tarefas, de adotar a chamada “transição energética verde”.

E esta só será realmente sustentável se aumentarmos o uso de renováveis. Mas como a energia solar e eólica são intermitentes precisamos de melhorar a forma como armazenamos a energia. Atualmente usamos baterias de lítio em inúmeros dispositivos: nos nossos telemóveis, computadores e até nos mais modernos carros, no que constitui um regresso às origens, pois os primeiros veículos eram elétricos.

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No entanto, e apesar da melhoria substancial, a verdade é que as atuais baterias têm alguns problemas. Não são tão eficientes como gostaríamos e usam minerais que são escassos.

As atuais minas têm um impacto ecológico relevante e algumas delas, como na República Democrática do Congo, dependem de trabalho infantil.

Acresce que no caso do lítio há uma excessiva dependência da China, o que pode agravar atuais e futuras tensões políticas. Precisamos, portanto, de soluções inovadoras.

É sempre arriscado prever o futuro, mas já existem duas áreas particularmente promissoras. Uma delas é o uso mais eficaz do lítio através de baterias sólidas.

Atualmente as baterias que usamos têm o lítio no estado líquido (na realidade é um “gel”) mas o lítio no estado sólido permitiria armazenar mais energia em menor espaço.

No caso dos carros elétricos teríamos “superbaterias” com muito mais autonomia (mais km) e menor tempo de carregamento. Outra opção é usar outros materiais e um deles é o sódio. Tem a vantagem de ser mais abundante e, portanto, francamente mais barato.

Estas baterias de sódio são bem mais pesadas, mas tal não constitui um problema para determinadas aplicações, como, por exemplo, nas nossas casas. Mas afinal qual será “a” bateria do futuro? A “superbateria” de lítio, a bateria de sódio ou outra por descobrir? É provável que encontremos daqui a dez anos um mercado dinâmico com várias soluções para diferentes usos. Para além disso, teremos de integrar outras medidas, como a aposta na reciclagem e na ferrovia.

As mudanças necessárias são, sem dúvida, de enorme magnitude e transversais, mas não faz sentido aspirarmos a um passado distante – muitas vezes romanceado- renunciando à tecnologia.

O mesmo método científico que detetou o problema irá também encontrar soluções de engenharia e química para este desafio planetário.

Luís Monteiro

através da Associação Portuguesa de Imprensa

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