Os árbitros da I e II Ligas entregaram esta segunda-feira a Vítor Pereira um pedido de escusa coletiva para dirigirem jogos dos campeonatos profissionais nas últimas cinco jornadas de ambos os campeonatos, alegando “motivos pessoais”.
O presidente do Conselho de Arbitragem (CA) confirma ao “Record” desta terça-feira que recebeu “sem surpresa” os pedidos de dispensa dos árbitros, embora manifeste “esperança” de que o diferendo seja resolvidos antes da 30ª jornada, a disputar a 25 e 26 de abril, fim de semana do jogo do título entre Benfica e FC Porto, na Luz.
O boicote mobiliza todos os árbitros de primeira categoria, com exceção de Olegário Benquerença. O motivo de maior descontentamento é a falta de contrapartidas financeiras por parte da Liga pela utilização do patrocínio da NOS nas camisolas de árbitros e assistentes.
Os árbitros queixam-se de que a Liga ainda não efetuou qualquer pagamento a título de direitos de imagem e publicidade esta época, reivindicando uma verba de 350 mil euros.
Sem patrocinador na primeira volta do campeonato, a Liga de Clubes assinou contrato de patrocínio com a NOS no início de fevereiro, um acordo que Luís Duque, presidente da Liga, considerou um dos melhores já feitos no futebol português, capaz de retirar a instituição que dirige do “sufoco financeiro”.
O pagamento de uma percentagem das receitas de patrícios da Liga aos árbitros foi instituído por Valentim Loureiro, mas até agora o compromisso nunca foi assumido preto no branco por Luís Duque, o líder da Liga escolhido Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa.
Caso o protesto se mantenha, Vítor Pereira terá de nomear árbitros das competições não profissionais ou recorrer a árbitros estrangeiros.
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