“O perigo de existirem derrocadas não controladas é real, especialmente durante a Páscoa”, alerta o diretor regional da Agência Portuguesa do Ambiente. Apesar das intervenções de urgência realizadas nas praias algarvias que apresentam risco de queda iminente, Sebastião Teixeira lembra que a natureza é imprevisível e é a seguir ao inverno que as arribas geralmente caem
Uma arriba é uma formação geológica que resulta da erosão, sendo potencialmente instável devido à sua interação com o mar. A sua evolução caracteriza-se pelo desmoronamento de blocos que podem vir a constituir situações de perigo. E não há como prever as derrocadas: tanto podem acontecer hoje, como daqui a cinco ou 50 anos…!
Porém, a tragédia do dia 21 de agosto de 2009, quando o desmoronamento de uma falésia na praia Maria Luísa, em Albufeira, atingiu uma família que se encontrava na base da formação – o mais grave acidente com danos pessoais registado até hoje no país –, levou as autoridades a agir para evitar mais acidentes. Nesse fatídico dia, cinco pessoas foram esmagadas por uma rocha de grandes dimensões que se precipitou sobre o areal.
Desde então, a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve tem vindo a realizar anualmente dezenas de derrocadas controladas em diversas praias, especialmente após um inverso rigoroso, como foi o deste ano. Nos passados meses de janeiro e fevereiro, o mar chegou a galgar areais e a invadir várias zonas do litoral algarvio. Hoje, são poucos os que não reconhecem o perigo.
A última operação de urgência foi realizada, na semana passada, nas praias da Luz e de Porto de Mós, no concelho de Lagos, locais onde por esta altura do ano é comum a queda de arribas, mas até agora sem provocar vítimas. Isto porque, felizmente, a maioria dos desmoronamentos das arribas nos areais ocorrem durante a noite, sem causar feridos…
(Toda a informação na última edição do JA – 3 de abril)
NC/JA
