Autarca de Aljezur descontente com recuo no desconfinamento

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O presidente da Câmara de Aljezur manifestou-se “surpreendido e descontente” com o confinamento decretado pelo Governo para o concelho e criticou a forma de avaliação dos casos prevista no desconfinamento.

O concelho de Aljezur é obrigado a recuar à segunda fase do plano de desconfinamento definido pelo Governo, uma medida anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de um Conselho de Ministros sobre a quarta fase do atual plano de desconfinamento e a entrada do país em situação de calamidade, em substituição do estado de emergência.

“Naturalmente que fico descontente por termos de recuar, e ao mesmo tempo surpreendido com a decisão, porque nesta altura estamos com menos casos do que há 15 dias, quando desconfinámos”, disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Aljezur, José Gonçalves.

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No boletim divulgado na última sexta-feira, o concelho de Aljezur registava 501 casos por 100 mil habitantes em 14 dias, referente ao período entre 7 e 20 de abril.

Para o autarca, os critérios de avaliação dos casos nos concelhos continuam “a suscitar muitas dúvidas e são incoerentes com a realidade dos casos de covid-19, embora tenha já dado um passo, passando a uma avaliação semanal”.

“Quando começaram a aparecer os casos em Aljezur foi-nos permitido desconfinar e passámos 15 dias numa situação mais confortável em termos de desconfinamento, mas com os casos ativos. Agora recuamos quando temos menos casos, não faz sentido. É altura de se repensar a forma como estas avaliações são feitas”, sublinhou o autarca.

José Gonçalves questionou ainda “a legalidade e forma da aplicação destas medidas” penalizadoras das pessoas e da economia em situação de calamidade.

“Há esta questão que não vou deixar de questionar, que é o facto de o estado de emergência não ter sido renovado e estas medidas serem aplicadas em estado de calamidade. É preciso saber o que isso significa em termos formais e legais”, frisou. 

Para o autarca, Aljezur tem sido um concelho com responsabilidade na gestão da pandemia, através de um trabalho exaustivo e uma resposta aos casos que têm surgido, num concelho que é também penalizado pela população flutuante. 

“Ao longo destes tempos de pandemia temos feito um trabalho muito exaustivo para combater e evitar a propagação dos casos e estava expectante que tivesse chegado a quem decide os argumentos que foram apresentados pelos presidentes de câmara, mas, mais uma vez, não foram suficientes”, concluiu.

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