Lagarde, que de repente se tornou uma das vozes mais favoráveis à pretensão grega de reestrutar a dívida do país, já não está sozinha (pelo menos publicamente sozinha): Mario Draghi, presidente do BCE, defendeu esta quinta-feira a necessidade de se proceder a um alívio da dívida grega.
Este tem sido um tema sensível nas sucessivas reuniões em Bruxelas – com a Alemanha a ser das mais resistentes. Merkel já disse que não está em cima da mesa um “perdão clássico” da dívida grega. Mas o FMI tem uma leitura substancialmente diferente: ainda esta semana, um relatório da instituição liderada por Christine Lagarde defendeu três saídas para o problema da dívida grega, prevendo o tal alívio: um período de carência de três décadas para a dívida aos fundos europeus e a extensão dramática das maturidades, transferências anuais para o Orçamento do Estado helénico ou então um corte direto da dívida.
Mais: o FMI não tem dúvidas que a dívida grega é insustentável e sublinha que a Grécia necessita de um alívio da dívida “muito além” dos planos da União Europeia. “A dramática deterioração da sustentabilidade da dívida aponta para a necessidade de um alívio da mesma numa escala muito maior do que aquela que esteve sob consideração até ao momento – e que foi proposta pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade”.
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