Buscas em Montabaur e Düsseldorf. De olhos postos nas motivações de Lubtiz, investigadores saem carregados de material

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Lubitz era natural de Montabaur. Os investigadores passaram a pente fino a casa dos pais

Três dias depois da queda do Airbus A320 da Germanwings nos Alpes franceses, as investigações sofreram um volte-face inesperado, com buscas em Montabaur, na Alemanha, a cidade natal de Andreas Lubtiz, onde dividia o tempo entre a casa dos pais e a sua vivenda em Düsseldorf, ocupada regularmente quando trabalhava. Também aqui houve levantamento de material.

Formado na escola de voo da Lufthansa, em Bremen, Lubtiz é agora visto como o mau da fita. O procurador de Marselha Brice Robin revelava em conferência de imprensa que tudo indica que o co-piloto de 28 anos provocou o embate nas montanhas. O que é o “tudo”? A gravação das conversas e som ambiente do cockpit, encontrada na caixa negra localizada na terça-feira. Lubtiz terá bloqueado a porta, impedido a entrada do piloto, aproveitando-se de uma ausência. Ouvem-se várias batidas na porta. E nenhuma resposta. Comandava sozinho o avião. Trancou-se de forma deliberada e ativou a descida de altitude. A respiração era “normal”. Com as teses de acidente e ato terrorista descartadas, esta é a interpretação plausível: vontade de destruir o avião.

As operações para recuperar os cadáveres prosseguem, enquanto os familiares começaram esta quinta-feira a chegar ao local do desastre do voo 4U9525. Mas o impacto da tragédia estendeu-se de forma inesperada aos cerca de 12 mil habitantes de Montabaur com as revelações das autoridades francesas. Além das buscas na casa que Lubtiz tinha em Düsseldorf, onde pernoitava frequentemente quando trabalhava, a casa dos pais, em Montabaur, é um ponto-chave.

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Quatro horas em Düsseldorf

A polícia alemã concluiu esta noite as buscas que se centraram na recolha de documentos e notas pessoais na casa dos pais. Os investigadores saíram com vários sacos e caixas e um computador. Na residência em Düsseldorf, as autoridades demoraram quatro horas, segundo a imprensa alemã, e também levaram material.

Não tinha cadastro criminal. Era sócio de um clube de aviação, o LSC Westerwald, em Montabaur. “Estou sem palavras. Não tenho nenhuma explicação”, referiu Peter Ruecker, um dos membros do clube, que descreve Andreas Lubtiz como uma “pessoa divertida”, embora fosse às vezes calado.

Enquanto a segunda caixa negra, onde constam os parâmetros de voo, continua desaparecida, os holofotes da investigação estão em Lubtiz. Procuram-se precisamente respostas. Como se justifica um ato destes? Que motivações terá tido? Amigos falam numa crise nervosa em 2007, razão que o terá levado a interromper por seis meses a formação de piloto em 2009. Voava pela Lufthansa desde setembro de 2013. Passou nos testes psicológicos, assegurou a companhia aérea, tendo sido dado como apto para voar, e no currículo de voo acumulou 630 horas.

Suicídio? Para já, não há indícios do envolvimento de outras pessoas. Procuram-se pistas que ajudem a montar o puzzle.

RE

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