Castro Marim: Unidade Móvel de Saúde completa um ano de consultas de proximidade

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Há 20 anos foi criada em Alcoutim a primeira Unidade Móvel de Saúde (UMS) do país. A iniciativa revelou-se a melhor forma de prestar cuidados de saúde à população que vivia mais isolada e vulnerável e foi exemplarmente seguida em muitos outros municípios do país. Há um ano, em Castro Marim, a UMS foi revitalizada com a oferta de consultas médicas de proximidade, a primeira no país permanentemente com médico.

Com três médicas (Helena Gonçalves, Susana Valsassina e Isa Frazoa), uma enfermeira (Angelina Rocha) e um motorista (Carlos Horta), a equipa da UMS de Castro Marim percorre há um ano as freguesias do concelho: Altura, Castro Marim, Azinhal e Odeleite.

Contudo, a maior atenção e cuidado dirige-se às freguesias do interior, Azinhal e Odeleite, com uma densidade populacional de 5,1 habitantes por km2 e uma área geográfica de 250,33km2, para além dos índices de envelhecimento, 686,7% no Azinhal e 980,8% em Odeleite.

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“Trata-se de uma população que vive em locais de difícil acesso e com enorme carência de cuidados de saúde pela alta prevalência de doenças crónicas causadoras de elevada mortalidade e morbilidade”, declarou a coordenadora do projeto, Helena Gonçalves.

Um ano depois, o balanço é muito positivo. “Com a atuação persistente e de proximidade dos profissionais de saúde, em que se geram elos afetivos que promovem a confiança e adesão dos doentes ao planos de atuação negociados para o controlo da sua doença crónica, conseguimos retardar a progressão do problema e evitar a cascata de internamentos hospitalares com altíssimos custos para o país e elevados prejuízos para o doente e família”, garantiu a médica Helena Gonçalves.

1242 consultas a 519 utentes

Ao longo dos últimos 12 meses foram efetuadas 1242 consultas a 519 utentes com uma média de idade de 76 anos. Dos 519 utentes, 202 têm uma idade superior a 80 anos e 26 superior a 90 anos. Refira-se que 43% do número total de utentes são analfabetos.

A hipertensão arterial foi a patologia crónica mais sinalizada, 324 pessoas. Seguiram-se a osteoartrose, com 286 diagnósticos, e a dislipidémia, com 221. A registar ainda a identificação de 77 utentes (21%) com deterioração cognitiva ligeira.

A UMS de Castro Marim é fruto de uma colaboração entre a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS Algarve), Câmara Municipal de Castro Marim e Associação Social da Freguesia de Odeleite (ASFO).

Sobre a iniciativa, o médico e agora autarca da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, mentor da primeira UMS do país quando era presidente do município vizinho de Alcoutim, declara tratar-se de “um ato de justiça para com esta população envelhecida, que levou uma vida de sacrifício. Que tenham agora, ao menos, algum conforto na doença, proporcionado por esta equipa médica nos seus domicílios”.

Desde o arranque deste projeto até ao final deste ano, a UMS representa um investimento autárquico inicial de cerca de 40.000 euros.

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