Comunidade britânica no Algarve “em choque” com a morte de Isabel II

A presidente do Rotary Club Estoi Palace International mostrou-se convencida de que o herdeiro, Carlos III, “vai continuar o legado da mãe e tem já alguma experiência, visto que há vários anos tem funções idênticas de representação, devido à saúde da Rainha”

ouvir notícia

A comunidade britânica no Algarve afirma estar “em estado de choque” e “muito triste” pela morte de Isabel II, uma rainha muito “querida” de todos pelo seu papel “exemplar” e “neutral” no Reino Unido.

“A comunidade [britânica] está em estado de choque. A Rainha acompanhou-nos durante toda a nossa vida de uma forma muito presente e exemplar”, disse a presidente do Rotary Club Estoi Palace International, Shirley Dunne, que vive no Algarve há 44 anos, desde 1978.

Esta britânica tem uma “grande mágoa” por não poder ir a Londres ao funeral e assegura que vai assistir ao evento pela televisão, provavelmente com outros membros da comunidade.

- Publicidade -

“A Rainha teve uma vida espetacular, muito preenchida, e sempre acompanhou o povo britânico, e também o da Commonwealth, em todos os momentos, nos tempos bons e noutros menos bons”, afirmou Shirley Dunne, que também tem um negócio de gestão de moradias no sul do país.

A presidente do Rotary Club Estoi Palace International mostrou-se convencida de que o herdeiro, Carlos III, “vai continuar o legado da mãe e tem já alguma experiência, visto que há vários anos tem funções idênticas de representação, devido à saúde da Rainha”.

“Ele tem que se manter uma pessoa neutra e deixar de dar muitas opiniões como fez no passado, mas penso que vai correr tudo bem”, concluiu.

O britânico Michael Reeve, há 19 anos a residir no Algarve e diretor executivo da Afpop, que se descreve como “a maior associação de residentes estrangeiros em Portugal”, também afirmou que a notícia da morte de Isabel II “representou um grande choque”, pois ainda há alguns dias estava a trabalhar, tendo feito a transição entre o antigo e a nova primeira-ministra do Governo britânico.

“A comunidade britânica tem estado em grande tensão [desde a morte da Rainha]. Durante quase oito décadas que só a conhecemos a ela como monarca e a maioria dos britânicos nasceu quando ela já era Rainha”, precisou.

Michael Reeve não escondeu a sua “grande admiração pela Rainha, uma pessoa muito respeitada porque ouvia todos, dava atenção a todos e era um exemplo para a sociedade”.

“Estou convencido de que [o futuro rei] Carlos vai seguir o seu exemplo. Espero que mantenha a sua personalidade e que ao mesmo tempo mantenha o legado da mãe”, afirmou o britânico, que vive em Portimão.

Michael Reeve defendeu que a comunidade britânica deveria organizar “alguma coisa” para assinalar a morte da Rainha que muitos apreciavam, mas aguarda que a embaixada do Reino Unido avance com esse evento.

A comunidade britânica é atualmente a segunda nacionalidade estrangeira com maior presença em Portugal, com cerca de 45.000 residentes, a seguir à brasileira, que tem mais de 200.000.

Os cidadãos britânicos estão mais presentes a sul do que a norte do país, com mais de 20.000 a residirem no distrito de Faro, seguido do de Lisboa, com quase 10.000.

A morte de Isabel II, aos 96 anos, ocorreu nesta quinta-feira na sua residência na Escócia, no Castelo de Balmoral, onde esteve rodeada pela sua equipa médica e por alguns membros da sua família, como o filho mais velho e novo rei, Carlos III.

Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu em 21 de abril de 1926, em Londres, e tornou-se Rainha de Inglaterra em 1952, aos 25 anos, na sequência da morte do pai, George VI, que passou a reinar quando o seu irmão abdicou.

O reinado de 70 anos foi o mais longo da história do Reino Unido.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.