O concurso de concessão da exploração do Parque de Campismo da Ilha de Tavira vai ser aberto até ao fim do ano, acautelando direitos adquiridos de utilizadores e funcionários, disse a presidente da autarquia.
“Até ao final do ano queremos lançar o concurso público” para a concessão da exploração do Parque de Campismo de Tavira, situado naquela ilha barreira da Ria Formosa, disse Ana Paula Martins.
A autarca garantiu que o caderno encargos a dar ao novo gestor irá “acautelar direitos adquiridos dos utilizadores habituais, dos funcionários e dos residentes no município”, nomeadamente através de um “preçário especial”.
Segundo Ana Paula Fernandes, a câmara já aprovou o caderno de encargos, que ainda não é público, tendo a Assembleia Municipal de Tavira sancionado as condições gerais da futura concessão.
“Não estamos aqui para desproteger as pessoas”, sublinhou Ana Paula Martins, confrontada com mensagens publicadas nas redes sociais a manifestar desagrado pelo fim da gestão camarária.
Uma dessas mensagens apelava ao desenvolvimento de ações “para evitar mais um roubo aos tavirenses e a todos aqueles que não têm grandes posses” e defendia que “Tavira está a ser totalmente entregue aos especuladores turísticos”.
“Estas mensagens parecem-me extemporâneas”, não se devendo confundir a situação atual com “negócios que não devem ser feitos porque mexem com o serviço público”, disse a presidente da autarquia.
Para Ana Paula Martins, parece claro que o parque de campismo “tem objetivos lucrativos” e deve assegurar o cumprimento de dos serviços e evitar problemas, como o da “segurança” do complexo, que, segundo a autarca, foi deficiente no último ano.
A intenção de concessionar a exploração do parque de campismo foi também criticada pela concelhia de Tavira do PCP, em comunicado, que acusa a Câmara (PS) de desde “há muitos anos” ter votado aquele espaço “ao quase abandono”.
Segundo o PCP, essa situação fez “crescer queixas, por parte dos utentes, de acumulação de lixo, atraindo ratos e outros animais”, assim como de falta de manutenção dos balneários, dos passadiços e de falta de segurança e vigilância.
“À urgente necessidade de investimento, que se avoluma com o tempo e o desleixo, e a imperiosa necessidade de melhoria das condições de conforto e segurança neste importante equipamento público, a Câmara responde desresponsabilizando-se e empurrando a gestão para um privado que fará os utentes pagar todos os custos de manutenção, melhoria e gestão”, prossegue.
O PCP disse ainda temer que a medida provoque um aumento das tarifas e que a eventual redução dos preços para funcionários da autarquia ou campistas habituais seja “à custa da redução do espaço disponível para a montagem das tendas habituais”.
A Ilha de Tavira faz parte do cordão de ilhas arenosas que separam a Ria Formosa do Oceano Atlântico e está integrada na área do Parque Natural da Ria Formosa.