Coordenadora do BE diz que região é “um laboratório da privatização do SNS”

A líder do BE reuniu-se com a delegação do SMZS

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Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, e o eurodeputado José Gusmão, consideram que a crise vivida no SNS se verifica “em todo o país”, sendo no Algarve a situação “particularmente difícil” por assumir contornos próprios de uma zona tipicamente turística “muito preocupantes”, foi comunicado esta semana.

A responsável denuncia “a falta de recursos no serviço público que obriga a que muitos recorram ao privado para obter cuidados de saúde ou para realizarem exames complementares de diagnóstico que deveriam ser assegurados pelo hospital público”, pode ler-se em comunicado.

A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda do Algarve, em comunicado, apresentou algumas das preocupações de quem vive no distrito, onde deu conta da situação do Bloco de Partos do Hospital de Portimão e a deslocação que muitos utentes fazem até Espanha (Sevilha) para realizarem uma ressonância magnética.

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Os deputados, acompanhados pelo secretariado do Bloco de Esquerda Algarve, reuniram com a delegação do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) e ouviram os profissionais de saúde sobre a realidade vivida no interior do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

Região com dificuldades em fixar profissionais

O possível encerramento do bloco de partos e a falta de médicos pediatras “não resumem a problemática do Hospital de Portimão, pois na generalidade, faltam recursos humanos no CHUA em quase todas as especialidades”, atenta Catarina Martins, justificando esta realidade com “a falta de condições de trabalho, aliado à desmotivação pelo baixo salário”, assim como “a dificuldade em encontrar casa, os elevados preços praticados e a inexistência de vagas nas creches e escolas”.

“Mas não são só estes os fatores que afastam os profissionais de saúde do CHUA e do distrito”, prossegue.

“Equipamentos obsoletos, outros em fim de vida, instalações bastante envelhecidas, aliados à falta de espaço e de condições para exercer a profissão” são algumas das dificuldades enunciadas pelos médicos sindicalistas. 

Médicos fogem para o setor privado

A oferta privada no setor da Saúde tem vindo a aumentar exponencialmente e a fuga de médicos do SNS tem se mostrado difícil de combater. Os salários compensatórios, melhores condições de trabalho, estruturas e equipamentos atrativos levam milhares de médicos a concorrerem ao setor privado.

A coordenadora do BE considera que “é importante perceber o que aconteceu no Algarve, o que correu mal e aprender com isso” e que “é urgente criar condições para fixar pessoas” – um problema que não é só dos profissionais de saúde, mas também “um problema dos professores, e de outros setores que necessitam de trabalhadores”.

João Vasconcelos, ex-deputado do BE expressou a sua preocupação e reafirmou que “é necessário mais investimento público, contratar os médicos pediatras e obstetras necessários, além de outros recursos humanos, criar incentivos e valorizar as suas carreiras”. Desta forma, a seu ver, “evita-se a sangria de médicos para o privado e a concorrência desleal com o SNS”, sustenta.

José Gusmão deixou a mensagem que “o SNS precisa do empenho dos algarvios neste momento difícil” e que “a luta será dura”.

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