COVID-19: NERA diz que crise demonstrou a vulnerabilidade económica da região

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A Associação dos Empresários da Região do Algarve (NERA) pediu hoje uma “análise das questões de fundo relacionadas com a estrutura económica do Algarve” e sustentou que esta crise “demonstrou a vulnerabilidade gerada pelo desequilíbrio estrutural da economia da Região”, reclamando dos atores sociais e económicos “a coragem de o admitir”.

O NERA considera que para essa reflexão é necessário “começar por ter consciência de que nada será igual ao passado”.

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“Estamos perante um futuro incerto e as empresas têm de se preparar para isso. Nesse sentido, o NERA considera que se deve procurar sair deste momento doloroso iniciando uma reflexão sobre o Algarve e sobretudo analisando as debilidades que esta crise pôs a nu. Por uma razão simples: o Algarve não pode voltar a ter de enfrentar uma nova crise nestas condições”, enunciam os empresários algarvios.

A associação diagnostica que no Algarve “temos centenas de empresas encerradas, lutando pela sobrevivência, milhares de trabalhadores sem trabalhar e sem garantia de emprego. Famílias preocupadas. Jovens sem certezas para o futuro.  Uma economia paralisada e de evolução incerta. Uma crise social profunda”.

Considerando que a situação atual é “preocupante”, o NERA observa que no atual quadro económico, a prioridade imediata é “fazer frente ao choque dramático da paragem da atividade económica na região, nas empresas e no emprego, procurando utilizar os instrumentos financeiros e de apoio social, disponibilizados pelo Governo (que o NERA tem divulgado)”.

Advoga a importância de evitar o colapso das empresas, manter o emprego e preparar-se “para um período de resistência na fase de paralisia e de recuperação – ainda incerta e certamente lenta – da atividade económica”.

“Ao mesmo tempo, o NERA considera que temos de ir mais longe, e aponta para a necessidade de começarmos a refletir sobre as consequências que a atual crise vai ter na vida das pessoas, na economia e no futuro da Região. Temos, também, de começar a pensar já no amanhã”.

E nesse amanhã, garante, “o Turismo é, e vai continuar a ser, a atividade económica mais importante da região. Ninguém deve ter dúvidas sobre isso. Um setor que representa 15% do PIB e é o principal setor exportador de Portugal. O Algarve contribui para quase metade desses valores”.

“O Turismo dá vida a centenas de Empresas dos mais variados setores para além do alojamento e da restauração e a muitos milhares de empregos, numa atividade que proporciona à região um PIB per capita e um nível de vida, superiores à média nacional”.

O NERA reitera que o Algarve “não tem Turismo a mais”, o que tem é “outros setores a menos”.

“De facto, o Algarve possui outros setores económicos com potencialidades – ligados sobretudo aos recursos da Terra, do Mar, do Território, do Clima – insuficientemente aproveitados, apesar dos progressos dos últimos anos. O Algarve precisa de os dinamizar, de lhes dar força e desenvolver de forma a reequilibrar a estrutura económica da região, aproveitando recursos – que temos! – dando vida a novas atividades, a novas empresas, a mais emprego e a novas qualificações profissionais. Para além dos setores ligados à inovação e às novas tecnologias, e a diferentes áreas industriais”, diz o NERA.

“Pensar que tudo volta a ser o que era é não só uma ilusão. É um ERRO. Que não podemos repetir. Temos de nos preparar para as duras batalhas que temos à nossa frente. As forças económicas, sociais e políticas do Algarve, têm de assumir as suas responsabilidades” conclui a associação sediada em Loulé.

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