CRÓNICA DE FARO: Eng. Osvaldo Bagarrão, um homem que serviu o Algarve

Com a proveta idade de 94 anos faleceu nesta cidade, onde residia há cerca de sessenta anos o muito conhecido e estimado engenheiro Osvaldo Baptista Bagarrão, natural de Tavira e que se licenciara, na década de 50 do século XX em engenharia eletrotécnica pela Universidade do Porto.
Foi uma destacada figura da vida algarvia, nos mais diversificados sectores nos últimos três quartos de século, passando pelo desporto, pelo ensino, pela energia e saneamento básico, pelo regionalismo, pelo associativismo, em suma, por quanto e onde era solicitada a sua presença e intervenção, que não vivia para estar presente como “figura de corpo presente”, mas para viver servindo. Concretizou em plenitude o ideário rotário da avenida dos serviços, movimento de que foi membro e dedicado presidente do clube de Faro.
Corria 1957 quando se fixou entre nós e honrando-se sempre, mas sempre da sua condição de tavirense, assumiu-se como um dos mais empenhados farenses, com inúmeras provas dadas como defensor de um regionalismo concreto, de que é testemunho o empenho na criação da extinta Federação dos municípios do Distrito de Faro para congregar o sector elétrico em termos de Algarve.
O convite do Dr. Luís Gordinho Moreira, que assumira a presidência da autarquia da capital sulina, durante cujo mandato se realizaram obras cuja importância ainda hoje, volvido meio século suporta a sua capitalidade (caso do aeroporto internacional) trouxe-o, em boa hora para esta cidade e as acções empreendidas, tal como muitas outras espalhadas Algarve em fora atestam a verdade da nossa afirmação. Durante o exercício das funções de delegado da Direção Geral dos Desportos inaugurou-se junto à Escola D. Afonso III, na Horta dos Fumeiros (Senhora da Saúde) o primeiro pavilhão gimnodesportivo, a par do que aconteceu com a iluminação e arrelvamento do Estádio São Luís ou em Tavira da modernizada pista de ciclismo do Ginásio. Presidiu ao Sporting Clube Farense e à então Associação de Futebol de Faro, agora denominada do Algarve, não apenas à direção como à Assembleia Geral. Importa não deixar de recordar o que foi a renovação, de modo próprio no aspeto ilumino – decorativo da Feira de Santa Iria, do período natalício e outras festividades, bem como a sua intervenção no setor económico, casos do Cine Teatro Farense (Companhia do Cinema Santo António), Cialbe (Fábrica do Sumol Algarve), etc.
Curvamo-nos em respeitosa homenagem ante a sempre saudosa memória do Eng. Osvaldo Baptista Bagarrão, um servidor da comunidade algarvia e um dos maiores amigos que a vida nos proporciona!

João Leal

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