Declarações de Merkel sobre falhanço de sociedade multicultural agitam Alemanha

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A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou ontem que a tentativa de criar uma sociedade multicultural na Alemanha “falhou redondamente”, o que está a motivar um debate sobre como lidar com os milhões de estrangeiros no país.

As declarações de Merkel foram proferidas durante um encontro com a juventude partidária da CDU (União Democrata-Cristã, no poder) e estão a provocar controvérsia na Alemanha.

“Esta abordagem multicultural, dizer que vivemos lado a lado e vivemos felizes um com o outro falhou. É um modelo totalmente fracassado”, disse Merkel esta manhã.

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Os comentários da chanceler alemã foram recebidos com aplausos pelos membros mais conservadores do seu partido, mas alguns alemães em Berlim comentaram que as declarações de Merkel estão fora do contexto do quotidiano do país.

“Acho que a afirmação de Merkel é demasiado preto e branco, não reflete honestamente o estilo de vida das pessoas a viver aqui,” disse à agência noticiosa norte-americana AP Daniela Jonas, residente no bairro de Kreuzberg, uma zona diversificada, onde alemães e imigrantes vivem lado a lado.

Merkel tem sido desde há muito cética em relação às tentativas de construir uma sociedade multicultural na Alemanha.

Segundo as mais recentes estimativas, residem cerca de cinco milhões de muçulmanos na Alemanha, num total estimado de mais de 15 milhões de imigrantes.

Alguns imigrantes argumentaram que as palavras de Merkel não fazem nada para favorecer a integração. “É uma vergonha” disse Hakim, um imigrante do Marrocos. “Não é bom para a atmosfera na Alemanha e não é um comentário útil”, sublinhou.

As declarações de Merkel acontecem no mesmo fim de semana em que foi divulgado que cerca de 58 por cento dos alemães são a favor da limitação da liberdade religiosa dos muçulmanos na Alemanha.

O estudo da Fundação Friedrich Ebert indica que no leste do país, território da antiga República Democrática Alemã (RDA), as pessoas favoráveis a restringir as liberdades dos muçulmanos ascendem a 75 por cento.

AL/JA

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1 COMENTÁRIO

  1. Será que voltaremos ao tempo da “reconquista”, a expulsar os mouros novamente?

    Pois é, enquanto foram necessários para a reconstrução da Europa e consequente desenvolvimento da Alemanha, quase toda a emigração foi permitida, e lançou-se o critério da “alteridade” e do “preconceito” para aceitar a diferença rácica. Mas agora na hora de apertar o cinto, e com o desemprego a aumentar há que pensar no povo autóctone de origem germânica. Estes por sua vez, não baixam os braços nem o tom de voz, com reacções ditas de cariz nazi.

    Mas o caso da Alemanha, tem dualidades na França, no Luxemburgo, na Suiça, na Inglaterra na Itália, e na Espanha – Barcelona.

    Só não tem em Portugal, porque os emigrantes anteciparam-se e fugiram à fome que aí vem a caminho para os portugueses.

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