Detroit declara bancarrota

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Outrora a quarta maior cidade dos Estados Unidos, Detroit faliu após anos em agonia financeira.

General Motors, Ford e Chrysler, os três gigantes da indústria automóvel americana, ainda preservam as sedes no centro de Detroit, hoje nada mais do que um ponto de encontro entre sem-abrigo e toxicodependentes.

No total, existem mais de 80 mil casas abandonadas, algumas, em desespero de causa, postas à venda por um dólar.

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Ontem, Detroit chegou ao fim da linha.

O pedido de bancarrota era aguardado há muito tempo, dado o estado da cidade, que levou o governador do estado do Michigan, Rick Snyder, a nomear um administrador executivo, Kevin Orr, há cerca de seis meses, o responsável por um plano de salvação financeiro.

“Os serviços da cidade irão continuar. Todos os pagamentos serão feitos a horas”, garantiu Orr, em conferência de imprensa, ao final da tarde de ontem (noite em Lisboa).

Cidade perde habitantes

Entre 2000 e 2010, Detroit perdeu 250 mil habitantes, um cenário que contrasta com a década de 50 do século passado quando mais de dois milhões de pessoas viviam na cidade, na altura a quarta maior da América, depois de Nova Iorque, Chicago e Los Angeles.

“Os cidadãos de Detroit necessitam de ter um caminho claro, distante daquele que tem ditado o fim sucessivo de vários serviços. Os credores da cidade e os funcionários públicos merecem saber quais as promessas que podemos cumprir. A única saída é reestruturar e permitir que a cidade se reinvente sem a obrigação de cumprir com obrigações impossíveis”, disse o Governador Rick Snyder.

Detroit tem hoje pouco mais de 600 mil habitantes, um declínio que começou nas últimas décadas do século XX, “período em que a realidade foi simplesmente ignorada”, afirmou Snyder.

A cidade emblemática do Michigan está hoje no caos. Mais de metade da iluminação pública não funciona, a polícia leva mais de uma hora para intervir quando é chamada (a media de tempo de espera é de 11 minutos nos EUA) e o valor da dívida cifra-se nos 20 mil milhões de dólares (mais de 15 mil milhões de euros).

Ricardo Lourenço (Rede Expresso)
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