Bispo do Algarve alerta para consequências da crise económica na região.
D. Manuel Quintas está preocupado com a escalada do desemprego, da miséria e da crise económica na região. O bispo alerta que é preciso reorganizar e reforçar o apoio aos mais carenciados nestes tempos difíceis.
“É urgente identificar as situações de pobreza, nas suas diversas manifestações, e estudar as respostas possíveis.” O alerta é dado pelo bispo D. Manuel Quintas, numa altura em que a Diocese do Algarve anunciou que vai reestruturar o Secretariado da Pastoral Sociocaritativa (SDPS).
A reorganização é justificada pela necessidade de “dinamizar” o serviço aos mais pobres num tempo de crise económica, lê-se num decreto assinado por D. Manuel Quintas, publicado na semana passada, no jornal diocesano “Folha de Domingo”.
O SDPS, serviço que durante anos foi assegurado pela Cáritas Diocesana do Algarve, vai ter como diretor Carlos de Oliveira, que é também presidente do organismo católico de solidariedade, e como assistente o padre Joel Teixeira, coordenador do Departamento da Pastoral Social da diocese.
Segundo D. Manuel Quintas, esta reorganização procura ainda a “promoção e coordenação de iniciativas de apoio às Instituições de Solidariedade Social, pertencentes a entidades canónicas no âmbito da diocese”. No documento, o prelado sublinha que este secretariado deve apoiar as comunidades paroquiais na “dinamização da pastoral social e na formação dos seus agentes”.
Em setembro, o bispo do Algarve já tinha feito um apelo à “união de esforços” para superar a crise, considerando que se vive um momento de “alguma desorientação e algum cansaço”.
“Encontramos, todos, dificuldades para levar para a frente a superação desta crise. Por vezes, parece que as forças são poucas e as capacidades de resposta aos problemas superiores a elas”, indicou o prelado.
Um mês antes, D. Manuel Quintas apelava a um “despertar de consciências” perante a atual situação de crise que afeta o país e apelou ao compromisso de cidadãos e responsáveis políticos pelo bem comum.
O bispo defendeu ainda o “diálogo na procura de soluções” para os problemas da sociedade e criticou os “confrontos estéreis, sem perspetiva de futuro e de paz social”.
NC/JA