O Auditório dos Paços do Concelho Séc. XXI, em Lagos, encheu-se, na passada sexta-feira, de
técnicos e decisores, vindos de todo o país, interessados em assistir e participar no V Fórum Cyclin’Portugal.
“O evento teve como objetivo fazer um balanço do trabalho desenvolvido desde 2012, partilhar experiências e apontar caminhos de futuro para consolidar e ampliar a rede dos Centros Cyclin’ Portugal, fazer crescer a utilização das infraestruturas existentes e a sua apropriação pela comunidade”, explica a autarquia em comunicado.
A sessão de abertura dos trabalhos contou com Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos e autarca anfitrião da iniciativa, Sandro Araújo, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, a vice-presidente da Região de Turismo do Algarve, Fátima Catarina, João Portugal em representação do Turismo de Portugal e Ricardo Rodrigues, presidente da Associação de Ciclismo do Algarve.
O presidente do município encarou o evento como uma oportunidade de “reflexão e capacitação” acrescida para decisores, técnicos municipais e todos os agentes do setor público, associativo e privado, que contribuem para “estruturar e afirmar” o produto “Walking & Cycling”. Além disso, o encontro representou o reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser feito para “dotar o território de infraestruturas adequadas ao desenvolvimento do ciclismo nas vertentes desportiva/federada e de recreio”.
Por sua vez, Fátima Catarina salientou a aposta feita em projetos e eventos como os Centros Cyclin’ Portugal e a Volta ao Algarve em Bicicleta, que têm sido determinantes para “atenuar a sazonalidade turística e económica da região”, conforme demonstram os dados relativos ao aumento do número de dormidas nos meses de janeiro e fevereiro registadas nos dois últimos anos.
Num estudo realizado em 2017, com o objetivo de identificar quais os produtos mais importantes no combate à sazonalidade, o “cycling” surgiu “à cabeça” das opções, tendo a vantagem de ser uma atividade promotora de sustentabilidade e benéfica para a saúde humana, recorda João Portugal, reforçando a afirmação de Fátima.
Sandro Araújo traçou uma retrospetiva do projeto Cyclin’ Portugal e apresentou a rede dos centros e percursos. Segundo o vice-presidente da Federação, os grandes desafios para o futuro passam pela manutenção das infraestruturas, para que continuem a oferecer segurança; pela sua ativação com eventos, parcerias e o envolvimento da comunidade, de modo a que sejam cada vez mais as pessoas a utilizar essas infraestruturas e a praticar, “o que é bom para a mente, para o corpo e para o território”; pela monitorização, necessária para a existência de indicadores que possam atrair mais investimento; financiamento; capacitação, designadamente dos operadores turísticos para conhecerem o produto e melhor o promoverem; comunicação, fazendo um trabalho junto do enorme universo de potenciais utilizadores; e apropriação pela comunidade, fundamental para a sustentabilidade e continuidade do projeto.
Foi também apresentado e distribuído o Anuário Cyclin’ Portugal 2024. Para Sandro Araújo, coordenador do projeto, a publicação “apresenta um autêntico «menu» de percursos cicláveis e muito mais”.
No período da tarde houve sessões temáticas e apresentações que se prolongaram até ao dia seguinte. O dia foi passado em Barão de São João com um workshop de âmbito prático, seguido de visitas de campo para que os participantes pudessem conhecer os percursos do Centro Cyclin’ Portugal de Lagos.
