Falta de padres leva Igreja do Algarve a iniciar oração de 15 dias sem parar

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No Algarve há carência de sacerdotes e os cristãos da região iniciam no sábado uma oração de adoração ao Santíssimo Sacramento a pedir mais padres para a Igreja algarvia, uma prece que vai durar 15 dias sem parar.

Todos os católicos, desde professores, catequistas e alunos, grupos de cantores de coros e escuteiros estarão envolvidos na iniciativa e vão revezar-se dia e noite para manter o Lausperene ativo, cujo objetivo é suscitar vocações ao sacerdócio.

“O Lausperene é uma oração de adoração ao corpo do Senhor e vamos pedir aqui no Algarve os operários [sacerdotes] que a região precisa” numa oração que dura duas semanas sem parar, explicou à Lusa Pedro Manuel, padre da Diocese do Algarve há dois anos e diretor do secretariado das vocações da região.

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Em entrevista à agência Lusa, Pedro Manuel admitiu que se olhar para a lógica matemática “há carência de sacerdotes no Algarve” e nalguns casos carências “muito flagrantes”.

O Algarve tem 75 sacerdotes e diáconos permanentes para as 80 paróquias da região e atualmente no Seminário de Faro há 15 rapazes, entre os 17 e os 30 anos, a estudarem Teologia e a prepararem-se para o sacerdócio.

Aquela casa podia receber até 30 pessoas, mas o padre explica que a pretensão não é ter lotação esgotada, mas sim “uma casa de gente feliz e disponível”.

A falta de sacerdotes na Dioceses do Algarve não é olhada com desespero pelos membros do clero que interpretam este facto como “um sinal dos tempos” e uma “vontade de Deus” que só faz surgir os sacerdotes quando acha necessário.

“O facto de termos menos sacerdotes pode ser, em linguagem futebolística, o pontapé de saída para uma igreja que se descobre mais missionária e, por isso, mais transmissora do evangelho”, argumenta o padre Pedro Manuel, de 27 anos.

Pedro Manuel, prefeito do Seminário Episcopal de Faro, quis deixar bem claro que no Algarve não se está a chegar à “beira de um precipício”, mas aconselha os jovens que se questionam se podem ser padres e se estão com dúvidas a experimentar.

“Se algum jovem tem inquietações, não tenha medo, porque Deus não tira nada e dá tudo”, afirma aquele padre, reforçando a ideia que ser sacerdote nos dias de hoje é ser “radical”.

“Não é toda a gente que se dá a toda a gente e o padre é convidado a dar-se pelo mundo”, observou, acrescentando que o celibato “não é o principal problema” que se enfrenta quando se opta por ser padre.

A Diocese do Algarve apelou ainda aos cristãos para voltarem à Igreja, porque a “Igreja é uma mãe e está sempre de braços abertos”.

A jornada de oração no Algarve que vai durar duas semanas e que arranca no próximo sábado, às 21:00 na Igreja Paroquial de Monchique, interior algarvio, para terminar dia 12 de novembro na Igreja de s. Pedro, em Faro, também às 21:00.

JA/AL

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