Governo equaciona privatização de 49% da RTP

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Um dos modelos em estudo pelo Governo mantém o Estado como acionista maioritário da RTP mas concede a gestão da empresa a um operador privado. Definição da privatização será tomada “até final do mês”.

Um dos modelos que o Governo está a equacionar para a privatização da RTP passa pela alienação de 49% do capital da empresa pública a um operador privado, ao qual será cedida a gestão da estação.

Segundo apurou o Expresso, depois da análise detalhada a todos os modelos propostos pela administração da RTP e pelos consultores estratégicos do Governo, o ministro com a tutela da comunicação social, Miguel Relvas, terá mesmo eleito esta proposta como a preferencial para levar a Conselho de Ministros ainda este ano. O objetivo é que o concurso para a privatização avance ainda no primeiro trimestre de 2013.

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Contactada pelo Expresso, fonte oficial do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares referiu apenas que “ao dia de hoje não há qualquer decisão” sobre este assunto e que a privatização da RTP será definida “até ao final do mês”.

Este modelo de co-gestão entre um operador público e o Estado – que se mantém assim como acionista maioritário da RTP embora conceda a gestão da empresa a outro operador – acaba por ser um meio-termo entre a privatização pura e dura de um dos dois canais comerciais da estação (como inicialmente previsto no programa de Governo) e o cenário de concessão do serviço público, colocado publicamente em cima da mesa em agosto – e que conduziria à demissão da anterior administração liderada por Guilherme Costa.

Modelo prevê manutenção de RTP1 e RTP2

Segundo as informações recolhidas pelo Expresso, o caderno de encargos para este modelo de serviço público em co-gestão prevê a continuidade dos dois canais de televisão em sinal aberto (RTP1 e RTP2) e a continuidade dos seis minutos de publicidade por hora na RTP1.

Recorde-se que, aliás, as conclusões entregues pela administração da RTP a Miguel Relvas sobre o futuro do operador de serviço público previam a manutenção de um canal de cariz mais popular e generalista, como a atual RTP1, e outro mais direcionado para conteúdos culturais, juvenis ou de nicho, nos moldes da atual RTP2.

Após a entrega destas conclusões, de resto, o presidente da estação, Alberto da Ponte, não se coibiu de expressar publicamente a sua convicção de que – independentemente do modelo de gestão a adotar após a privatização – a RTP iria manter os dois canais de sinal aberto.

Esta decisão fechará assim definitivamente a porta à possibilidade de fecho da RTP2, avançada pelo consultor do Governo para as privatizações, António Borges, aquando do anúncio público da possibilidade de o serviço público prestado pela RTP ser concessionado a um operador privado.

Adriano Nobre (Rede Expresso)
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