Menos de metade da população adulta participou, no último ano, em atividades de aprendizagem ao longo da vida, sendo os mais jovens e mais escolarizados os que mais aderiram, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nos últimos 12 meses, 45,6% da população entre os 18 e os 69 anos residente em Portugal participaram em atividades de Aprendizagem ao Longo da Vida, revela o Inquérito à Educação e Formação de Adultos (IEFA) 2022, divulgado recentemente.
O INE voltou a analisar as ações de educação e formação realizadas pelos habitantes, que podem ir desde frequentar um curso numa universidade ou numa escola secundária (educação formal), a fazer um ‘workshop’ ou ter aulas privadas (educação informal), mas também optar por ser autodidatas e aprender apenas com a ajuda de um computador ou de um familiar (aprendizagem informal).
O inquérito mostra, por um lado, que são os mais novos e com mais escolaridade os que mais participam em atividades de educação formal e informal e, por outro, que a taxa de adesão tem vindo a diminuir (menos 1,4 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2016).
Já olhando para a aprendizagem informal, aquela que pode ser feita em casa, sozinho, num modelo autodidata, os números disparam: Quase dois em cada três adultos (70,4%) participaram, no ano passado, pelo menos uma vez numa atividade de aprendizagem informal.
O INE explica que a aprendizagem informal diz respeito à aprendizagem intencional decorrente de atividades da vida quotidiana e que normalmente é desenvolvida pelas pessoas numa perspetiva de autoaprendizagem.
É na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve que se encontram mais adeptos da aprendizagem informal, seguindo-se os habitantes da Madeira, do centro do país, do Alentejo e dos Açores.
É através de aparelhos eletrónicos, com ou sem internet (60,8%), mas também com a ajuda de familiares, amigos ou colegas (44,7%) ou com recurso a livros e revistas especializadas (41,4%) que os autodidatas mais aprenderam, segundo o INE.
Voltando à educação formal, que é ministrada em instituições de educação conducentes a um nível de escolaridade, a taxa de participação foi de apenas 12,6%, destacando-se aqui os jovens estudantes inativos.
No ano passado, a maioria (69,3%) decidiu aprender numa instituição de ensino superior, seguindo-se a formação em escolas do ensino secundário ou pós-secundário (26,8%).
Já a participação em atividades de educação não formal teve mais adesão, com uma taxa de 39,4%, para o qual contou a população ativa empregada (49,5%).
A maioria fez cursos (22,5%), realizou formação no local de trabalho (18,4%) ou ‘workshops’ e seminários (11,9%), segundo os dados do inquérito que mostram ainda que 3% optaram por aulas privadas ou particulares.
O estudo do INE mostra é entre os moradores da Área Metropolitana de Lisboa e da região Centro que mais se encontram participantes em atividades de Aprendizagem ao Longo da Vida (taxas de participação de 51,7% e 47,4%, respetivamente).
Numa comparação entre mulheres e homens, as taxas de participação são muito semelhantes em termos de educação formal (12,3% nas mulheres e 12,9% nos homens) e em educação não formal (39,0% nas mulheres e 39,8% nos homens).
No entanto, somando as várias variantes, os homens surgem como sendo mais ativos em atividades de Aprendizagem ao Longo da Vida (47,0%), contra as mulheres que apresentam uma taxa de 44,2%.
O IEFA permite ainda perceber o nível de conhecimento de línguas e a participação cultural e social.
Ler jornais ou revistas foi a principal atividade cultural (80,5%), contra visitar locais culturais (36,8%), revela o estudo que mostra que participação em atividades culturais diminuiu em 2022, relação a 2016, exceto na leitura de livros, que aumentou de 38,8% para 41,3%.
A proporção da população dos 18 aos 69 anos que conhecia outra língua para além da materna foi 67,5%, correspondendo o inglês à língua estrangeira mais falada (64,2%).