Mercado Municipal de Faro recebe 1.ª exposição sobre o Cão do Barrocal Algarvio

Esta é uma iniciativa da ACCBA – Associação de Criadores do Cão do Barrocal Algarvio, com a colaboração do Clube Português de Canicultura e o apoio da empresa municipal Ambifaro

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A entrada principal do Mercado Municipal de Faro será o palco da 1.ª Exposição Canina Monográfica do Cão do Barrocal Algarvio, que terá lugar amanhã, dia 17 Setembro, pelas 10h00.

A iniciativa tem como objetivo promover e divulgar o Cão do Barrocal Algarvio, raça autóctone que nos últimos anos tem merecido atenção, depois de longos anos de esquecimento.

A origem do Cão do Barrocal é muito antiga. A raça encontrava-se por todo o Algarve, mas é na região do Barrocal, que apresenta características geofísicas particulares, tais como solos calcários, com afloramentos rochosos, culturas de sequeiro e matos densos que este se fixou. É um cão com um temperamento próprio, perfeitamente adaptado e eficiente nos terrenos mais inóspitos.

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Ao longo dos anos, o Cão do Barrocal Algarvio tem sido apelidado por caçadores, e não só, como Cão “abandeirado”, “fraldado”, “felpudo” ou “gadelhudo” devido à forma e porte da sua cauda e ao pelo meio comprido e macio.

O Cão do Barrocal esteve em vias de extinção nos anos sessenta e setenta, e ressurge através do trabalho de alguns caçadores que o selecionaram de acordo com as suas características próprias, tais como a rapidez e a eficácia, pronto a enfrentar a diversidade geográfica onde se instala.

Adaptado a solos pedregosos, mas também a terrenos arbóreos e até mato denso, o Cão do Barrocal Algarvio para além de ser utilizado na caça ao coelho, integra hoje também matilhas dedicadas à caça maior.

Em 2012, o Clube Português de Canicultura desenvolveu um estudo cuidado através do visionamento e resenho de dezenas de exemplares tendo em vista o seu reconhecimento oficial e que deu origem a uma proposta de estalão provisório.

Simultaneamente, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, desenvolveu um estudo de análise molecular por forma a investigar a sua identidade genética e analisar a sua relação genética com as outras raças caninas autóctones Portuguesas.

Os resultados do estudo evidenciaram “inequivocamente que os animais analisados constituem um núcleo geneticamente distinto no contexto das restantes raças caninas autóctones com que foram comparados”.

Assim, em fevereiro de 2016 foi reconhecida pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária a população canina “Cão do Barrocal Algarvio” como Raça Canina Autóctone Portuguesa.

O Cão do Barrocal Algarvio, constitui um Património Genético Nacional, que urge “proteger, divulgar e garantir a sua futura preservação”.

A ACCBA constitui-se em 2006 com o objetivo a recuperação do Cão do Barrocal Algarvio e a sua divulgação. A ACCBA é o representante da raça junto do Clube Português de Canicultura e promove as atividades definidas por este para a divulgação, desenvolvimento e preservação da raça.

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1 COMENTÁRIO

  1. Como prova de nunca sabemos tudo e de quão ignorantes, por vezes, somos (sou), é com muito agrado que estou a ter conhecimento da existência de uma raça de cães autóctone do Barrocal Algarvio, em cujo seio de arenito e calcário nasci.
    Certamente me cruzei já com alguns dos belos exemplares, que a imagem nos mostra, porém, sem suspeitar que constituíam uma raça com características próprias, razão por que não quis deixar de dar o meu testemunho de satisfação pelo facto, através este pequeno comentário.

    Quem não teve, na sua infância, um amigo incondicional de quatro patas, que nos seguia, como a própria sombra, nas nossas brincadeiras e traquinices, em quem encontrámos, porventura, o nosso melhor amigo e nos marcou para a vida, como uma memória indelével ?

    Costumo argumentar aqui em casa que adoro cães, mas detesto gatos, com o protesto imediato de minha mulher.
    Porque sustento esta dicotomia afectiva ?
    Segundo o meu ponto de vista, pelo óbvio : enquanto o gato é um animal que se prende ao local e não às pessoas, egocêntrico, que vive virado para si mesmo, no seu próprio mundo, autista, sem demonstrar qualquer laivo de carinho ou dedicação pelo dono, o cão, de um modo totalmente inverso, é um animal, que se dá, sem nada pedir em troca, de uma generosidade sem limites, que, visivelmente, sofre, quando o dono se ausenta do que era o seu convívio habitual, assim como, inversamente, mostra a exuberância da sua alegria no reencontro.

    As minhas desculpas a algum apreciador de felídeos que, eventualmente, visite estas minhas palavras, mas é este o meu sentimento.

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