Moçambique enfrenta “desastres naturais cíclicos” devido a alterações climáticas

ouvir notícia

Moçambique enfrenta atualmente “desastres naturais cíclicos” e uma subida do nível das águas do mar devido às alterações climáticas, alertou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

As “ameaças” trazidas pelas alterações climáticas, em particular aos países de baixos rendimentos, devem ser assumidas como “prioridade” pelas organizações internacionais, defendeu o ministro Oldemiro Baloi perante o plenário da ONU, em Nova Iorque.

“O nível de devastação devido a problemas ligados a alterações climáticas está a fazer com que o nosso ambiente se degrade a um ritmo extraordinário. Moçambique e muitos outros países da África subsaariana estão a ser devastados por desastres naturais cíclicos que destroem importantes terras aráveis e diminuem a produtividade dos solos”, afirmou.

- Publicidade -

Isoladamente, os países em desenvolvimento, nomeadamente da África Austral, não têm os recursos financeiros necessários para lidar com este “pesado fardo” ambiental, adiantou.

A solução deve passar por mecanismos de cooperação multilateral e pelos fóruns das Nações Unidas, a “única organização intergovernamental de caráter universal” com necessária capacidade de mobilização.

Baloi prometeu ainda o envolvimento do seu país no processo de reforma da ONU, onde é prioritária a do Conselho de Segurança com uma “representação mais equilibrada”, que acabe com a “injustiça histórica” em relação a África.

“Já não é aceitável que o continente que representa quase 30 por cento dos membros da ONU e cujas preocupações constituem mais de 60 por cento da agenda do Conselho não esteja representado como membro permanente”, disse Baloi.

O ministro moçambicano defendeu também um sistema da ONU “mais coerente e eficiente”, adaptado aos “atuais problemas económicos, sociais e humanitários”.

Baloi chamou atenção para a situação na Guiné-Bissau e deu ainda conta do seu país em partilhar a “experiência moçambicana em resolução de conflitos” noutros países da região, caso de Madagáscar.

Defendeu que o seu país beneficia de crescimento económico e desenvolvimento sustentável, graças a estabilidade, boa gestão macroeconómica e investimento.

“O nosso principal objetivo é erradicar a pobreza, um dos principais desafios com que o nosso povo se depara no seu esforço para melhorar as suas condições de vida”, afirmou.

“O combate à pobreza exige a capacidade de lidar simultaneamente com outros desafios relacionados, como as alterações climáticas, crise energética, segurança alimentar e a crise económica e financeira cujos impactos constituem um prolongado desafio”, sublinhou o ministro moçambicano.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.