O secretário-geral do PS assumiu esta quinta-feira em entrevista à SIC que a sua bandeira eleitoral é a criação de emprego: “Sem emprego não haverá crescimento económico, sustentabilidade das finanças públicas, coesão social”, afirmou, numa entrevista sem novidades.
Na conversa com Clara de Sousa, António Costa frisou que para a criação de emprego é inevitável o relançamento da economia e que este passa por “devolver rendimentos às famílias”. Detendo-se na explicação da medida mais controversa do seu programa eleitoral – a baixa da TSU para trabalhadores e empregadores – garantiu que um Governo PS não mexerá na idade da reforma (para além da evolução já prevista na lei em vigor) e não cortará pensões, altas ou não.
Garantindo que está concentrado “em criar uma alternativa que gere confiança”, desvalorizou o facto de o PS não descolar nas sondagens – “a grande parte das pessoas determina o seu voto na fase final (da campanha)” -, preferindo sublinhar que a coligação de direita colhe intenções de voto próximas de “mínimos históricos”.
Recusando uma vez mais “assumir compromissos que não possa cumprir”, afirmou querer que a classe média “volte a respirar”. Mas não se detalhou na revisão dos escalões do IRS: “Para voltar a desenhar os escalões com segurança é preciso ter a informação fina de quem está a gerir a máquina fiscal”, justificou.
Sobre a TAP também não se alongou, limitando-se a repetir que “tudo faremos para garantir que o Estado terá no mínimo 51% do capital” da transportadora, sublinhando que “o contrato assinado não é definitivo, é no fundo um contrato-promessa”. Mas repetiu as críticas ao processo de privatização: “Acha normal que um Governo a três meses de eleições se permita estar a hipotecar o futuro do país em setores estratégicos?”, perguntou, acrescentando que foi “de uma enorme imprudência e, do ponto de vista institucional, inqualificável”.
A terminar a entrevista, António Costa voltou a recusar pronunciar-se sobre o caso envolvendo José Sócrates: “O que como secretário-geral me cumpre fazer é a separação clara entre o domínio político e o domínio da justiça, mesmo que me possa doer na vida privada”, limitou-se a afirmar.
Quanto ao efeito de uma eventual saída da Grécia da zona euro, classificou-a como “um facto de consequências gravíssimas e imprevisíveis”. “É do interesse de todos que um acordo seja possível”, fez votos.
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