Patrões não querem cortar nos subsídios no privado

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Principais entidades patronais dizem que não faz sentido o sector privado adotar medidas semelhantes às do funcionalismo público.

As principais associações de empresas e indústria não deverão seguir o exemplo do Estado no corte de subsídios ou descida de salários.

António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), diz que a batalha da produtividade das empresas não passa por redução de salários. “O Estado tem gorduras e tem de as cortar. O setor privado já procedeu a reorganizações e ajustou-se à nova realidade. Não precisa de cortes de salários ou subsídios”, refere.

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António Saraiva nega que os empresários estejam tentados, à boleia do Estado, a invocar cortes idênticos aos da Função Pública. Esse seria um critério à chinesa e a economia portuguesa está num campeonato em que joga com outros fatores de competitividade. Saraiva admite que em casos extremos de ameaça de falência uma empresa possa negociar com os trabalhadores cortes nos salários como medida de sobrevivência.

Aumento do salário mínimo

Também a Autoeuropa diz que estão fora de questão cortes nos subsídios.

Do mesmo modo, António Pires de Lima (Unicer) diz que não faz sentido o privado imitar, nessa matéria, o sector público. São “universos distintos que se regem por regras distintas”. O sector público é rígido, não pode despedir. O privado “tem outros mecanismos para cortar nos custos e impulsionar a produtividade”. Se a sua estrutura salarial é pesada, poderá recorrer a rescisões amigáveis ou despedimentos coletivos. Cortar nos subsídios “é uma ideia descabida que não se coloca”.

Por seu turno, Fortunato Frederico, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado (APPICAPS), fala até do aumento do salário mínimo para 500 euros, tendo como contrapartida o agravamento do horário de trabalho em uma hora. “Representava mais dinheiro a entrar na economia. Não teria o efeito de um motor turbo, mas seria um pouco de gás para arrancar”.

Também Aníbal Campos, presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins (AIMMAP) alinha com António Saraiva. O essencial é combater as importações, regular a globalização e não tocar nos salários. Uma das preocupações deve ser estimular o consumo, injetar dinheiro na economia.

JA/Rede Expresso
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