‘Pelé’ incluído em dicionário de língua portuguesa

A inclusão de 'Pelé' no dicionário foi o resultado de uma campanha da Fundação Pelé

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‘Pelé’ tornou-se a mais nova palavra da língua portuguesa, ao ser incluída como um novo adjetivo no dicionário Michaelis, como sinónimo de “excecional, incomparável, único”.

“Aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado a nada ou a ninguém, assim como Pelé®, apelido de Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), considerado o maior atleta de todos os tempos; excecional, incomparável, único. Ele é o pelé do basquete. Ela é a pelé do ténis. Ela é a pelé da dramaturgia brasileira”, lê-se no texto da Michaelis.

A inclusão de ‘Pelé’ no dicionário foi o resultado de uma campanha da Fundação Pelé, que recolheu 125.000 assinaturas na Internet em poucos meses.

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A campanha foi apoiada pelo Santos, o clube onde “O Rei” jogou a maior parte da sua carreira desportiva, e pelo grupo de comunicação social Globo.

A Academia Brasileira de Letras (ABL), que rege a língua no país onde vivem dois terços dos falantes de português, lançou o seu próprio dicionário em 2021, mas ainda não inclui a palavra “Pelé”.

Edson Arantes do Nascimento ‘Pelé’, considerado por muitos como o maior jogador de futebol de todos os tempos, morreu a 29 de dezembro de 2022 aos 82 anos de idade, como resultado da falência de múltiplos órgãos devido ao cancro do cólon de que sofria durante o ano anterior.

Até agora, é o único jogador a ter ganhado três Taças do Mundo com a sua equipa nacional: Suécia 1958, Chile 1962 e México 1970.

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1 COMENTÁRIO

  1. Sabemos que as línguas são corpos vivos que mudam, ao longo dos tempos, por via de evoluções fonéticas próprias do perfil de cada idioma, assim como pela introdução de neologismos.

    Não foi por acaso que, em “Os Lusíadas”, o nosso maior Poeta, Camões, no Canto I, Estância 33, no episódio “O Concílio dos Deuses”, onde está a ser debatido ou não o auxílio à frota do Gama, descreve a intervenção da deusa Vénus a nosso favor e contra a que tomou Baco:

    “Sustentava contra ele Vénus bela, / Afeiçoada à gente Lusitana, / Por quantas qualidades via nela / Da antiga tão amada sua Romana; / Nos fortes corações, na grande estrela, / Que mostraram na terra Tingitana, / E na língua, na qual quando imagina, / Com pouca “corrupção” crê que é a Latina.”

    Esta descrição que Camões faz da defesa que a deusa romana Vénus sustenta, a favor dos Portugueses, radica em que a língua Portuguesa tem, como principal “pai”, o Latim, após inúmeras evoluções fonéticas, ao longo dos séculos, na boca do povo inculto, o grande criador das línguas, segundo a chamada Lei do Menor Esforço.

    Outra vertente da criação das línguas provém da herança lexical deixada por povos que viveram entre nós.
    Outra tem origem, mais por via erudita, nos vários vocábulos, designadamente de origem grega – e são em grande número – utilizados seja em medicina, seja nas mais variadas ciências.
    Outra ainda, são as inclusões de neologismos para permitir a adaptação a novas realidades científicas, como é o caso da praga de termos de grafia inglesa, que os Espanhóis, por exemplo, fazem por contornar, traduzindo para a sua língua o quanto podem, inversamente da prática laxista entre nós.
    Outra, são os vernáculos utilizados no jargão popular.

    Com todo o respeito que me merece o grande futebolista que foi “Pelé”, que me perdoem os patrocinadores da elevação do seu nome à dignidade de figurar, formalmente, como novo termo da língua nos dicionários, a par do léxico considerado corrente, mas considero que, com esta inclusão, já estamos a entrar numa lamentável banalização da língua.

    Vamos esperar que a Academia Brasileira de Letras não sancione a iniciativa, que não colhe, de todo.

    Por cá, já tivemos que chegue com a ida do futebolista Eusébio para o Panteão Nacional, sobrepondo-se a outras figuras bem mais importantes, na galeria de valores do nosso país.
    Esse lamentável episódio, que nada deveria ter com clubismos, espelha bem o índice de como vai a nossa cultura …

    NOTA: Para que o comentário pudesse ser aceite, tive de colocar entre comas o termo “corrupção” da estância referida do Poeta.
    Pobre Camões, que, também tu, tens de ser censurado …

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