Forças especiais da polícia ucraniana desmantelaram ontem algumas barricadas que impediam a entrada de pessoas em edifícios estatais em Kiev, de acordo com o “Russia Times”.
Depois do levantamento das barricadas, os manifestantes deslocaram-se para a Praça da Independência. A polícia garante que não irá agredir os manifestantes, afirmando que pretende apenas desimpedir o acesso aos edifícios governamentais.
O jornal “The New York Times”, contudo, noticia que as autoridades lançaram uma operação à sede de um dos partidos da oposição, o Fatherland, da antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko, agora presa por corrupção e abuso de poder.
Ostap Semerak, um dos deputados do partido, contou ao “The Guardian” que a sede do partido foi invadida por elementos dos serviços secretos, que agiram como se fossem terroristas. “Este é um prédio onde vários deputados têm os seus gabinetes, esta invasão foi completamente ilegal. Se tivessem uma ordem do tribunal tê-la-iam mostrado”
Há mais de uma semana que os ucranianos pró-Europa estão nas ruas a pedir eleições antecipadas. Em causa está a recusa do Presidente Viktor Yanukovych em assinar um acordo comercial com a União Europeia, preferindo recuperar a relação com a Rússia.
Este é o maior protesto que o país vive desde a Revolução Laranja, em 2004. Na altura, suspeitas de corrupção nas eleições presidenciais geraram uma onda de revolta que obrigou a novo ato eleitoral.
Atualmente, a Ucrânia encontra-se numa situação complicada a nível económico e financeiro, com a Standard & Poor’s a reduzir a notação do país, o que fez com que os juros da dívida aumentassem de imediato.
Apesar da tensão que se vive nas ruas, o Presidente Yanukovitch fez uma visita oficial à China e voltou com uma promessa de ajuda de oito mil milhões de euros.
Carolina Reis (Rede Expresso)
