Polícia investiga agente que matou jovem luso-descendente

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Andrea Rebello foi morta por um polícia que a tentava salvar de um assaltante, segundo a versão oficial. As autoridades garantem haver “uma investigação em curso ao incidente” e que “o agente está de baixa”.

O agente policial que matou acidentalmente, na madrugada de sexta-feira, Andrea Rebello, 21 anos, encontra-se de baixa por motivos de saúde, contou ao Expresso James Imperiale, agente da Polícia do Condado de Nassau, Nova Iorque. “O incidente está a ser investigado e não podemos fornecer a identidade do meu colega.”

As autoridades revelaram os detalhes da tragédia apenas no sábado à noite (madrugada de domingo em Lisboa). Segundo a sua versão dos acontecimentos, o episódio ocorreu na sequência de um assalto levado a cabo por Dalton Smith, um americano de 30 anos com longo cadastro, à residência universitária onde a jovem luso-descendente morava.

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Rebello estava acompanhada na altura por três amigos e um deles conseguiu chamar a polícia, que cercou a habitação.

Oito tiros da polícia contra nenhum do assaltante

Armado com uma pistola carregada com duas balas, Smith não fez qualquer disparo. Ao invés, usou a jovem luso-descendente como escudo humano à medida que tentava escapar pelas traseiras, onde foi confrontado por um grupo de agentes.

Quando Smith apontou a arma a um deles, este disparou oito tiros, matando a refém e o assaltante.

“O agente em causa foi hospitalizado de imediato. Ele ficou bastante abalado. Recebeu tratamento médico e está de baixa”, disse Imperiale. Questionado sobre a duração da baixa, o agente respondeu que não podia dar essa informação.

Pais emigraram em 1984

No Clube Português de Tarrytown, localidade onde moram os pais da vítima e que fica a cerca de uma hora de carro do centro da cidade de Nova Iorque, Fernando e Nella Rebello, comenta-se a tragédia e há uma dúvida que paira.

“Parece que o polícia estava sozinho e não chamou reforços. Se calhar a razão para tantos tiros é porque estava com medo por estar sozinho… Quem sabe se ele não quis arriscar?”, especula José Soares gestor do bar do clube. James Imperiale garante que existiam vários agentes no local.

“O pai delas é sócio do clube e costumava parar aqui muitas vezes. Isto é devastador”, afirma José Soares, que confirmou que Fernando chegou ao Estado Unidos em 1984 e é dono de uma empresa de jardinagem.

O Expresso contactou a família Rebello, mas não obteve qualquer resposta.

Investigação em curso

James Imperiale garante ao Expresso que existirá um inquérito interno. “Sempre que existe um tiroteio, é feita uma investigação para saber como tudo se passou. Após esse trabalho, é elaborado um relatório que será entregue ao comissário e à procuradoria distrital”.

Perguntámos se é normal serem disparados tantos tiros num caso como este, em que o assaltante foge com uma refém e usa-a como escudo humano, mas Imperiale recusou responder.

A jovem luso-americana nasceu em Nova Iorque e os pais são oriundos de Alijó e de Fafe. Terminou o liceu em Sleepy Hollow e frequentava o primeiro ano do curso de Relações Públicas, na Universidade de Hofstra, em Nova Iorque.

O velório decorrerá na terça-feira, em Tarrytown, e o funeral um dia depois, no cemitério de Sleepy Hollow.

Ricardo Lourenço (Rede Expresso)
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