Portugal passa teste da emissão de dívida

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Teixeira dos Santos, ministro das Finanças

O Estado português colocou 599 milhões em Obrigações do Tesouro a 10 anos à taxa média de 6,719%, um valor inferior ao do leilão anterior realizado em novembro

(REDE EXPRESSO)

O Instituto de Gestão do Crédito Público colocou hoje 1249 milhões de euros em Obrigações do Tesouro – 599 milhões a 10 anos e 650 milhões a 4 anos – às taxas de, respetivamente, 6,716% e 5,396%.

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O Estado conseguiu assim colocar praticamente o máximo pretendido, que era de 1250 milhões de euros, e teve uma procura que foi de 2,8 vezes a oferta no prazo mais curto e de 2,1 vezes no mais longo.

Na emissão a 10 anos, a taxa conseguida foi até mais baixa que a do anterior leilão realizado em novembro e que foi de 6,806% e inferior às yields (juros implícitos) no mercado secundário quando decorria o leilão e que se situavam em 6,86%. Pelo contrário, nos títulos a quatro anos houve um agravamento da taxa exigida pelos investidores já que no final de outubro o Estado tinha conseguido 4,041% para emissão similar.

O Estado português conseguiu assim passar um teste decisivo num dia em que o Financial Times alemão noticiou que estava já a ser preparado um plano a nível europeu de 100 mil milhões para resgatar Portugal. No último fim-de-semana, a imprensa internacional dava conta da existência de pressões, nomeadamente por parte de Berlim e Paris, no sentido do Governo português avançar para um pedido de resgate com o objetivo de tentar travar o contágio a outros países.

Os juros da dívida portuguesa a dez anos bateram a barreira dos 7% na semana passada, algo que não acontecia desde novembro, e só voltaram a recuar esta semana depois da intervenção do Banco Central Europeu no mercado secundário. Neste momento, a taxa a 10 anos está nos 7%.

Próximos testes
Amanhã decorrem leilões em Espanha e em Itália. O Tesouro espanhol emitirá bonos no valor de €3 mil milhões a 5 anos e o Tesouro italiano buoni poliennali com maturidades para 2015 e 2026, pretendendo colocar no mercado um total de 4 a 6 mil milhões de euros.

O decurso dos “testes” ocorridos esta semana (desde o de Atenas ontem e o de hoje em Lisboa) é importante para as reuniões do Eurogrupo e do Ecofin que se realizam nas próximas segunda e terça-feiras.

JOÃO SILVESTRE e JORGE NASCIMENTO RODRIGUES (www.expresso.pt)

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