Protesto antiausteridade junta milhares nas ruas

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Manifestações em 80 cidades espanholas reuniram milhares de pessoas contra os cortes salariais e o aumento de impostos. Há pelo menos sete detidos em confrontos com a polícia.

Cerca de 100 mil pessoas protestaram esta quinta-feira, em Madrid , contra as medidas de austeridade do Governo de Mariano Rajoy, a que se juntaram outras 79 cidades – como Barcelona, Bilbau, Sevilha e Valência.

“Mãos ao ar! Isto é um assalto!”, gritavam os manifestantes em Madrid, onde uma maré humana enchia as avenidas do centro madrileno.

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As manifestações ocorreram no mesmo dia em que o Congresso espanhol aprovou um plano de ajuste de 65 mil milhões de euros. Segundo o jornal “El País”, foi a primeira vez que as força sindicais CC OO, UGT, CGT, Intersindical, USO e CSI-F convocaram uma conferência de imprensa conjunta para criticar a “brutal austeridade.”

Os protestos irromperam na passada semana depois de o chefe do Governo, Mariano Rajoy, ter anunciado medidas para reduzir despesa de forma a reduzir o défice orçamental. Entre as medidas anunciadas está a eliminação do subsídio de Natal aos funcionários públicos, o que corresponde a uma redução salarial de 7% e sucede a uma redução salarial em 2010, seguida por um congelamento salarial.

Redução do subsídio de desemprego

“Não há nada que possamos fazer, a não ser vir para a rua. Perdemos 10 a 15% do nosso salário nos últimos quatro anos”, afirmou Sara Alvera, de 51 anos, que trabalha no sector da Justiça, quando se manifestava em Madrid.

O Governo conservador decidiu também reduzir o subsídio de desemprego e aumentar o imposto sobre o valor acrescentado (IVA). O ministro das Finanças, Cristobal Montoro, defendeu as medidas, dizendo: “Não há dinheiro nos cofres para pagar os serviços públicos”.

Os manifestantes rejeitaram esta justificação: “Não há falta de dinheiro. O que há é demasiados ladrões”, criticava-se num cartaz exibido na multidão.

Os críticos dizem também que as novas medidas de austeridade vão piorar as condições económicas para as pessoas comuns. Uma professora, Cristina Blesa, de 55 anos, queixou-se de ela e o marido estarem com muitas dificuldades para pagar a frequência universitária do seu filho, em razão do aumento dos impostos e dos cortes salariais. “Ganhamos cada vez menos e ao mesmo tempo aumenta o preço de quase tudo – o Metro, a luz,…”, disse.

100 mil milhões para a banca

“Agora com o aumento do IVA, vai ficar tudo mais caro. O fim do mês está a ser cada vez mais difícil”, queixou-se. A polícia espanhola deteve pelo menos sete manifestantes em confrontos com as autoridades.

Espanha deve receber o primeiro dinheiro do resgate europeu à banca de 100 mil milhões de euros este mês.

Os líderes da Zona Euro devem terminar o acordo durante uma conferência telefónica esta sexta-feira.

O Tesouro Público espanhol colocou esta quinta-feira 2981 milhões de euros em títulos a dois, cinco e sete anos próximo do máximo previsto, mas com juros muito mais elevados e com a procura menor do que em leilões anteriores.

(Rede Expresso)

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