Seis redes de produção e distribuição de esteróides anabolizantes foram esta quarta-feira desmanteladas pela Polícia Judiciária. A operação iniciou-se em 2012, em Espanha e terminou com a detenção de 20 pessoas.
Foram apreendidos 750 mil comprimidos e 50 mil ampolas injetáveis prontas a entrar ilegalmente no mercado, mais em concreto em alguns ginásios com ligações ao submundo deste tipo de drogas.
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, que conduziu desde 2012 a investigação tutelada pelo DIAP de Lisboa, apreendeu ainda nesta “Operação Underground Pharma” várias máquinas de produção de comprimidos, de etiquetar e de embalar.
O inquérito da PJ está finalizado e remetido, com proposta de acusação por corrupção de substâncias medicinais e tráfico de substâncias proibidas.
A investigação, que se desenvolveu por todo o território nacional, incluiu a realização de 34 buscas e a constituição de 20 arguidos que produziam os kits de ampolas injetáveis em garagens que serviam de laboratórios clandestinos.
O comunicado da PJ refere que foi ainda apreendida matéria-prima para produção dos medicamentos, testosterona, óleos e excipientes, além de frascos de vidro e plástico, cartonagens, bulas, hologramas, fórmulas de fabricação.
Em 2012, a Guardia Civil alertou a PJ para as ligações entre redes dos dois países. Desde então, as duas polícias atuaram em conjunto para pôr fim a estes seis grupos que atuavam na Península Ibérica.
Paralelamente, em Espanha foram realizadas 55 detenções.
A investigação contou ainda com a colaboração do INFARMED e da ADOP, referiu a Judiciária.
Segundo a edição desta quinta-feira do “Diário de Notícias”, Portugal é um dos principais exportadores de esteróides ilegais.
Hugo Franco (Rede Expresso)
