Romney paga menos impostos do que os empregados

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O rendimento de Mitt Romney provém de investimentos, que nos EUA são taxados a 15% (o imposto sobre o trabalho chega aos 40%). Em Agosto, a propósito desta disparidade, Warren Buffet, o terceiro homem mais rico do mundo, pedia: “Parem de mimar os mais ricos”.

Mitt Romney, o multimilionário e candidato à nomeação republicana à presidência dos EUA, paga, percentualmente, menos impostos do que os seus empregados que o ajudam a manter as mansões na Califórnia, no Massachusetts, e à beira do Lago Winnipesaukee, em New Hampshire.

Foi o próprio a confessá-lo, depois de ter sido pressionado pelos rivais republicanos na corrida à Casa Branca, a revelar a sua declaração de impostos. “Se o senhor Romney é um empresário de tanto sucesso, pois então gostaríamos de saber de onde provém o seu rendimento e quanto é que paga de impostos”, afirmou o Governado do Texas, Rick Perry, durante um debate televisivo, na segunda-feira à noite.

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15% para o fisco, 10% para os Mórmons

Na manhã seguinte, o candidato Mórmon, que doa 10% do que ganha à causa religiosa, reconheceu que a maioria do seu rendimento provém de investimento, cuja taxa máxima de imposto é 15%. “Depois tenho uma pequena parcela, pouca coisa, em que pago quase 40%, referente às conferências que dou”, esclareceu.

Ontem, ao final do dia, as candidaturas rivais de Ron Paul, New Gingrich, Rick Perry e Rick Santorum inundavam as caixas de correio electrónico dos jornalistas, revelando que a tal “pequena parcela” de que Romney fala equivale a 400 mil dólares. “Pouca coisa?! Para ele é tudo trocos, mas para a maioria…”, dizia-nos um membro da campanha de Ron Paul.

Warren Buffet: “Parem de mimar os mais ricos”

No passado mês de Agosto, num artigo de opinião titulado “Parem de mimar os mais ricos”, publicado no “The New York Times”, Warren Buffet, o terceiro homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes, também ele um mega-investidor, insurgiu-se contra o facto de pagar apenas 15% de imposto, menos do que a sua empregada doméstica.

Recordando um discurso que proferiu durante um jantar de apoio à candidatura de Hillary Clinton à presidência dos EUA, em 2007, escreveu: “Nesta sala, estão cerca de 400 pessoas. Todas são bem-sucedidas na vida, mas, percentualmente, pagam menos impostos do que as suas empregadas domésticas. Se vocês têm a sorte de pertencer à fina camada de 1% dos mais ricos à face da terra, devem-no aos outros 99% da humanidade”.

Patriotas Milionários

Nos EUA, há um grupo denominado “Patriotas Milionários”, que exige que o Presidente Barack Obama acabe com os benefícios fiscais para os que mais têm. Alegam que, em tempos de crise, querem retribuir com mais dinheiro para o estado para que este possa reinvestir na economia.

A propósito da publicação do artigo de Warren Buffet, o Expresso entrevistou alguns deles.

Brian Setzler, presidente da auditora Triblirium, explicou: “Ganhámos muito dinheiro até agora e isso é óptimo. Mas temos de ter a noção de que houve mais criação de emprego no período anterior aos cortes fiscais aprovados pelo Presidente Bush e que Obama prolongou. Durante a administração Clinton, o Estado tinha mais dinheiro para reinvestir na economia, ou seja na reconstrução de infra-estruturas, na educação, na reconversão de mão-de-obra, no incremento da inovação e da investigação, as verdadeiras peças chave da nova economia”.

Pai de Bill Gates “paga’ para que lhe aumentem os impostos

O altruísmo deste grupo foi levado ao extremo em 2010, quando William Gates, pai de Bill Gates, o fundador da Microsoft, doou meio milhão de dólares para uma campanha que promovia o aumento de impostos no estado de Washington.

Após as vitórias nos estados do Iowa e de New Hampshire, Romney é o favorito às primárias deste sábado na Carolina do Sul. No próximo dia 31, segue-se a Florida onde mais uma vez o ex-governado do Massachusetts deve sair vencedor, tornando-se virtualmente o candidato republicano que irá defrontar Barack Obama nas eleições de 6 de Novembro.

Baseado numa série de entrevistas a amigos e parceiros de trabalho de Mitt Romney, o Expresso publica este sábado um extenso perfil do provável rival de Barack Obama nas eleições de 6 de Novembro.

Da influência do pai, George Romney, figura austera, candidato presidencial em 1968 e ex-governador do Michigan, ao trabalho como pastor Mórmon e ascensão meteórica no mundo dos negócios, passando ainda pelo rol e críticas e desmentidos dos próprios amigos.

“Já nem falo de política com ele. No Natal só falámos dos assuntos da Igreja”, disse Tony Kimball, ex-secretário e amigo de longa data.

JA/Rede Expresso
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