“Se eu falhar é o país que falha”, diz Passos Coelho

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Os resultados que têm sido obtidos, “apesar da crise”, são positivos, afirmou ontem à noite o primeiro-ministro no programa “O País Pergunta”. Em resposta à questão direta de um dos convidados sobre se ainda se sentia o homem certo para o lugar, Passos Coelho disse ter confiança no rumo tomado, sentindo-se “em condições de entregar ao país os resultados que ele merece”.

“Fui escolhido talvez na época mais difícil para Portugal desde 1974”, mas “antes de ser primeiro-ministro comprometi-me a executar este memorando” e “tenho procurado estar à altura”. Noutro momento diria: “Se eu falhar a minha missão é o país que falha”.

Num programa onde as perguntas foram colocadas por um grupo selecionado de portugueses, presentes no estúdio, mais que uma entrevista, o formato estreado na RTP não permitiu aprofundar nem confrontar os temas trazidos a lume.

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Foi a propósito das condições de competitividade fiscal aplicadas à zona franca da Madeira que Passos Coelho mencionou um segundo Orçamento Retificativo ainda este ano, que inclui uma proposta de revisão dessas condições.

Subida do IVA não explica crise na restauração

Sem “eliminar a hipótese” de mexer na taxa do IVA da restauração, Pedro Passos Coelho escusou-se a “alimentar essa expetativa”. O primeiro-ministro respondia a uma das questões que lhe foram colocadas e atribuiu as dificuldades dos empresários do setor não ao aumento da taxa de 13% para 23%, mas ao facto de os portugueses terem hoje “menos dinheiro para fazer refeições fora”.

“A redução da taxa será discutida”, garantiu Passos Coelho, mas o facto de o Governo dispor de um estudo que mostra que o “impacto de um eventual regresso à taxa intermédia é superior a 100 milhões de euros, não é negligenciável”, acrescentou.

Em resposta à questão de uma professora desempregada, com dois filhos, sobre o acesso ao ensino superior, o primeiro-ministro disse saber que “a maior parte das pessoas estão a fazer grandes sacrifícios”, fruto do “tempo excecional” que vivemos. Um tempo de dificuldades que Passos Coelho disse esperar poder ver “encerrado até ao final do próximo semestre”, sendo então possível “retomar um caminho de crescimento”.

Cortes são incontornáveis

Sobre o Serviço Nacional de Saúde, o chefe de Governo referiu-se a uma situação de “um endividamente extremo” que o Executivo está “a sanear o mais possível”, o que “tem sido conseguido”. Em 2012 e 2013 fizeram-se “mais consultas” e “mais exames”, sublinhou. “Apesar das limitações, o SNS tem prestado um excelente serviço aos portugueses”.

Quanto à situação dos reformados e aos cortes a que este grupo tem sido sujeito, o primeiro-ministro sublinhou que “não é possível voltar a reduzir o défice público sem baixar ordenados e subsídios”. Afirmou, no entanto que ” a situação para os aposentados não será pior em 2014 do que foi em 2012″. Tal os jovens qualificados, atualmente “muito penalizados pelo desemprego”, estarão “numa primeira linha de empregabilidade”, quando a economia “começar a recuperar”.

No caso da política agrícola, Passos Coelho aproveitou uma das intervenções para salientar o nível de sucesso neste sector e que se tem traduzido num aumento “considerável” nas exportações. “A agricultura em Portugal tem recuperado de muitos anos de desinvestimentos”, acrescentou.

Passos Coelho voltou a desvalorizar as recentes polémicas em torno do ministro Rui Machete cuja continuidade no Governo não questiona.

Mafalda Ganhão e Raquel Pinto (Rede Expresso)

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