Tavira: BE quer transformar antigo posto da Guarda Fiscal de Cabanas em espaço cultural

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O Bloco de Esquerda de Tavira reivindica o antigo posto da Guarda Fiscal como pertença coletiva da comunidade de Cabanas e propõe a “urgente reabilitação do edifício” com o objetivo de o transformar “num pólo cultural ao serviço de todos”.

Neste sentido, na manhã desta terça-feira, os ativistas do núcleo de Tavira do Bloco de Esquerda realizaram uma ação em prol da cultura no concelho, com a colocação de faixas na fachada do antigo posto da Guarda Fiscal localizado na vila de Cabanas.

“Aqui podia ser cultura” e “Memória viva de Cabanas”, lia-se nas faixas que Tiago Manjua, um dos ativistas participantes na ação, afixava.

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“Trata-se de uma ação simbólica para chamar a atenção dos cabanenses, dos visitantes e das autoridades municipais para o estado de abandono e degradação em que o edifício se encontra. Este imóvel está abandonado à cerca de 10 anos mas há mais de 20 que se encontra desativado e esta situação não é aceitável. Trata-se da propriedade do Estado Português, o nosso património, que chega a este termo, e nós, enquanto cidadãos e cabanenses, não podemos continuar a assistir sem tomar qualquer iniciativa”, remata.

Lívia Viana, outro dos ativistas participante, foca o seu discurso na utilização que pode ser dada ao edifício: “Consideramos que o edifício deve ser reabilitado e convertido para usufruto da comunidade cabanense. Seja como espaço museológico, para preservação da memória e da história local, seja como pólo agregador das manifestações culturais locais. Importa que o edifício seja reivindicado com urgência, para que se possa realizar um plano para o seu uso futuro”.

O deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Tavira, Artur Sanina, também presente na ação, afirma que irá requerer com urgência, junto do executivo da Câmara Municipal de Tavira, toda a informação disponível sobre o imóvel.

“Calculamos que o edifício seja pertença do Ministério da Administração Interna, mas sem termos certezas sobre quem é o seu proprietário não podemos iniciar qualquer diálogo, no sentido de encontrar soluções, seja para o reabilitar, seja para o uso que lhe podemos dar”, explica.

“Sabemos é que além das valências culturais e museológicas que pode vir a ter, o imóvel, quer pela sua dimensão, quer pela localização que ocupa na Vila de Cabanas de Tavira – central e junto ao acesso à praia de Cabanas – pode ainda albergar um posto de informação municipal destinado a visitantes e turistas”, considera o deputado municipal do BE.

Cabanas de Tavira é uma vila piscatória situada no seio da Ria Formosa que, gradualmente, encontrou no turismo o principal motor da economia e da dinâmica social local.

Com registos de ocupação que remontam a finais do século XVIII, Cabanas de Tavira, conheceu o seu crescimento económico inicial com a pesca do atum, com a instalada de uma armação na ilha barreira contígua e paralela à costa terrestre.

No início do terceiro quarto do século XX, com a destruição da Armação da Abóbora e a construção de um aldeamento turístico junto à povoação, a vila de Cabanas de Tavira cresceu alicerçada enquanto destino turístico de sol e mar, tendo os usos o costumes, sobretudo dedicados à pesca e ao marisqueiro, vindo a ser gradualmente perdidos.

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