Zita Martins é a primeira portuguesa a liderar grupo de trabalho da Agência Espacial Europeia

Trata-se da primeira vez que uma personalidade portuguesa ocupa o cargo de presidente do SSEWG

ouvir notícia

Zita Martins, professora do Instituto Superior Técnico e investigadora do Centro de Química Estrutural (CQE), vai presidir o grupo de trabalho da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla inglesa) que dá aconselhamento sobre a ciência e exploração do Sistema Solar, o Solar System Exploration Working Group (SSEWG).

Trata-se da primeira vez que uma personalidade portuguesa ocupa o cargo de presidente do SSEWG, função que irá exercer a partir de janeiro de 2024 e durante esse triénio. No mesmo período, a par de presidir o SSEWG, a investigadora será também membro do Space Science Advisory Committee (SSAC), órgão da ESA perante o qual responderá.

“É uma honra enorme para mim, por ver o meu trabalho na minha área reconhecido, e é ótimo para o Técnico e para Portugal”, comentou a cientista doutorada em Astrobiologia, ramo onde trabalha há mais de 20 anos. “Nestas reuniões e grupos de trabalho vai-se discutir o futuro das ciências planetárias e das ciências no nosso sistema solar”, prossegue, reconhecendo que “vão ser alguns anos de bastante trabalho”. No entanto, a investigadora considera que “vai ser muito interessante ver ‘o outro lado’ também, porque a ciência não é só especificamente estar fechada num laboratório”.

- Publicidade -

A ESA conta atualmente com grupos de trabalho que discutem tópicos como futuras missões de exploração a luas geladas. Europa (Júpiter), Encélado (Saturno) ou Titã (Saturno) são algumas das hipóteses. A cientista prevê que, nas próximas décadas, seja feito o respetivo planeamento. Para si, “ver algumas dessas missões serem lançadas” nos próximos vinte anos “seria uma alegria enorme”.

Nota Biográfica

Zita Martins é professora do Instituto Superior Técnico e investigadora no Centro de Química Estrutural (CQE).

Doutorada em Astrobiologia pela Universidade de Leiden (Países Baixos), a sua investigação incide principalmente sobre a presença de compostos orgânicos em meteoritos e cometas, procurando explicações para a origem da vida na Terra. Ao longo de mais de 20 anos de carreira científica, participou em vários projetos internacionais de investigação, incluindo participações em missões das agências espaciais europeia, ESA, norte-americana, NASA, e japonesa, JAXA. Foi Royal Society University Research Fellow no Imperial College London (Reino Unido) até 2017. Em 2015, foi nomeada Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada por “méritos excecionais na ciência”. É, desde 2021, Consultora do Presidente da República para a área de Ciência, Inovação e Transição Digital.

Instituto Superior Técnico

através da Associação Portuguesa de Imprensa

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

5 COMENTÁRIOS

  1. Excelente notícia !
    Os meus sentidos parabéns a esta nossa cientista.

    Como eu a invejo (no melhor dos sentidos, obviamente), por haver tanto para descobrir, no fantástico campo da astrofísica, adjuvados por toda a prodigiosa parafernália para o seu estudo e a lei inexorável da vida me segredar que me vá preparando … olha, pelo menos, com o grato prémio de consolação por cá deixar dois rebentos, seus colegas, igualmente produto do Instituto Superior Técnico … o que me dá sabor a missão cumprida.

  2. Os compostos orgânicos são, como se sabe, compostos em que existe sempre, como denominador comum o carbono, podendo este ligar-se a outros elementos, geralmente, hidrogénio, oxigénio, azoto ou outros.
    Eles podem ser encontrados em meteoritos.

    O material fiável que sirva de base para as pesquisas, pelos cientistas, para encontrar explicações para o aparecimento de vida na Terra é muito exíguo no planeta ou, mesmo, inexistente, uma vez que as substâncias “virgens” – digamos assim –, que remontam ao início da formação do planeta, praticamente já não existem, à superfície, tal como eram no início, por terem sofrido alterações, devido às infindas convulsões geológicas sofridas, designadamente, sísmicas, ao longo de milhares de milhões de anos, atendendo a que a Terra se formou, há quase quatro 4,6 mil milhões de anos.

    Por esse facto, têm tanta importância para os cientistas os meteoritos, que são compostos por material que se mantém inalterável, desde a época da formação do nosso planeta e que é igual a outros tantos pedaços de pequenos objectos cósmicos ou meteoritos, que, por acreção contínua, durante vários milhões de anos, se foram fundindo, por gravidade, e juntando à então Terra, na sua fase de formação.

    Creio que seja esse o móbil desta nossa eminente cientista, que muito nos honra e ao país.

    Como vem a talho de foice, como sói dizer-se, permita-se-me que fale um pouco sobre o termo “meteorito”, que tem como origem remota o gr. “metéōros”, o que está no ar, suspenso, elevado.
    O vocábulo “meteorito” pode explicar-se, partindo de outro, que apareceu, inicialmente, em Francês, “météorolithe” (literalmente, “pedra do ar”, do gr. “metéōros” + “líthos”, pedra).
    Mais tarde, este “météorolithe” evoluiria para o nosso “meteorito”.

  3. Com os meus pedidos de desculpas, repito o comentário, depois de devidamente corrigido de algumas gralhas, originadas pelo facto de o mesmo ter sido escrito ao correr da pena, como costuma dizer-se.

    Os compostos orgânicos são, como se sabe, compostos em que existe sempre, como denominador comum, o carbono, ligando-se este a outros elementos, geralmente, o hidrogénio, oxigénio ou azoto.
    Estes compostos orgânicos podem ser encontrados em meteoritos.

    O material fiável que sirva de base para as pesquisas, pelos cientistas, para encontrar explicações para o aparecimento de vida na Terra é muito exíguo no planeta ou, mesmo, inexistente, uma vez que as substâncias “virgens” – digamos assim –, que remontam ao início da sua formação, praticamente já não existem, à superfície, tal como eram no início, por terem sofrido alterações, devido às infindas convulsões geológicas sofridas, designadamente, sísmicas, ao longo de milhares de milhões de anos, atendendo a que a Terra se formou há quase 4,6 mil milhões de anos.

    Por esse facto, têm tanta importância os meteoritos para os cientistas, os quais são compostos por material que se mantém inalterável, desde a época da formação do nosso planeta e que é igual a outros tantos pedaços de pequenos objectos cósmicos, os tais meteoritos, que, por acreção contínua, durante vários milhões de anos, se foram fundindo, por gravidade, e juntando à então Terra, na sua fase de formação.e
    Creio que seja esse o móbil desta nossa eminente cientista, que muito nos honra e ao país.

    Como vem a talho de foice, como sói dizer-se, permita-se-me que fale um pouco sobre o termo “meteorito”, que tem como origem remota o gr. “metéōros”, o que está no ar, suspenso, elevado.
    O vocábulo “meteorito” pode explicar-se, partindo de outro, que apareceu, inicialmente, em Francês, “météorolithe” (literalmente, “pedra do ar”, do gr. “metéōros” + “líthos”, pedra).
    Mais tarde, este “météorolithe” evoluiria para o nosso “meteorito”.

  4. Uma vez mais tenho de vir rectificar um chamado “lapsus calami” imperdoável.

    No último comentário (terceiro parágrafo), onde grafei “… por terem sofrido alterações, devido às infindas convulsões geológicas sofridas, designadamente, sísmicas …” deverá ler-se “ … por terem sofrido alterações, devido às infindas convulsões geológicas sofridas, designadamente, vulcanismo …”.

  5. … e movimentos das placas, originados pela convecção do magma, cujos efeitos visíveis são a demanda contínua dos continentes, ao longo dos milhões de anos, sobre a superfície do planeta, assim como a formação orográfica do relevo terrestre.

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.