A bazuca é uma arma de alma lisa, logo está tudo dito

Pelas grandes transformações que estão a emergir, no tilintar do constante dito, por não dito, a perturbação perante o facto de confundir a beira da estrada, com a estrada da Beira, corremos o risco de vermos a ASAE a fazer de VAR e o VAR a fazer de ASAE. Mas o que mais nos preocupa, mas também não temos capacidade para analisarmos, é o tiro a tiro, entre o Sindicato dos Profissionais dos Serviços de Estrangeiros e o ataque pouco ético que põe em causa a qualidade, a própria ética e rigor das polícias. Como também não deixa de ser estranho, o silêncio de alguns inocentes…
Nós sabemos que existe muito trabalho para fazer. O mapa de Portugal está inscrito de dúvidas e de assaltos. António Costa tem a maioria absoluta e cabe-lhe a responsabilidade de escolher os mais capazes, os melhores, aquelas e aqueles, mesmo com força e forma tradicional de ligações fortes do Partido Socialista, têm que ser pessoas, que tenham uma pura visão democrática, de partilha, de coluna vertebral…
O que se passa em Setúbal? Afinal matéria que não escapa a nenhum cronista. Só sua Santidade é que ainda não falou do assunto.

A Bazuca é uma arma de alma lisa, oxalá quem mais precisa
não fique mais liso


Também as nossas secretas, o que têm que dizer, dizem ao primeiro-ministro, que é o supremo responsável por esses estranhos ziguezagues em que vive o Mundo. E Mundo daqui também.
Se calhar Setúbal vai parir um rato, só não se sabe que tipo de rato.
O que se passa com o manguito feito pela GALP, aqui tornado GOLPE, às decisões do Governo, às declarações de António Costa, onde uma entidade Revendedora diz uma coisa e a ASAE diz outra. Aliás, os revendedores até negam, perante a reação patética das oposições, que no sistema democrático português, são livres de ter a sua opinião, porque é a legitimidade do contraditório, que ainda faz planar a democracia.
Estamos a sentir o peso de uma maioria absoluta, pela qual também andámos aos gritos, mas que nos começa a tratar como tolos, e se a Bazuca, arma de alma lisa, tinha também como objectiva ajudar as populações, sobretudo as mais necessitadas, cada vez ganha mais razão a frase da minha tia Clotilde, que hora a hora me está a ligar: – Filho só duas coisas tenho certas na vida: A morte e o aumento dos impostos.
Quem controla os preços nas grandes superfícies?
Quem controla o preço em estabelecimentos similares?
Quem controla o preço do peixe, do pão, da carne, dos ovos, dos detergentes, do leite?
Como é que pode viver um agregado familiar, se ainda perde dinheiro para ir trabalhar, num País, com quase dois milhões de portugueses sem médico de família, com a agravante, do quadro tardio das consultas, onde quem não têm uma cunha, fica, como alguns cheques que a saúde passa, que não têm cobertura.
Não continuemos a viver à sombra de que todos os agraves problemas que nos afectam têm a ver com a pandemia e com a guerra na Ucrânia. E antes?
A Justiça é que o se vê e o que se sabe… Já depois dos dramas lançados aquando da abertura do ano judicial, agora mais uns montes de questões sem paralelo voltam para as páginas dos jornais, onde tudo leva a querer que ainda vamos ter que pedir desculpa, à longa alcateia de corruptos e filhos de outros crimes, a quem se calhar, vão ser beneficiados pela mãe das prescrições.
Em Portugal, não só a culpa morre solteira, como ainda faz ressuscitar alguns mortos, que já estão na fila da frente a exigir os valores que tinham direito antes de morrer.
E os milhões de que beneficiaram os escritórios de advogados um pouco por todos os lugares em relação ao BES. E os espoliados do BES, que ainda estão ligados à máquina, com os tubos de reanimação a ficarem entupidos.
A inflação é o maior drama da nossa sociedade, e se ainda andam por aí a cantar de galo, que os salários subiram… Subiram? A favor de quem? Do lógico aumento dos impostos.
Subiram as reformas? A favor de quem? Só se for daqueles que até têm subvenções vitalícias em triplicado. E os outros?
Porque é que os preços sobem?
Porque aumentou o petróleo?
E isso implica o aumento da farinha, do milho, do trigo, dos ovos, das galinhas, das meias solas, mas também o aumento dos MANGAS DE ALPACA, DOS CHAMADOS IMPOSTORES DE UMA SOCIEDADE CALCINADA PELA CORRUPÇÃO.
Já no outro dia, os senhores ligados à Procuradoria-Geral da República, colocavam duvidas sobre a segurança do dinheiro que vamos receber: Se não iria ser discutido em duplicado, se não existiriam favorecimentos. Não sou eu a dizer, nem a minha prima Matilde, que agora aos 80 anos ainda cose bainhas, são os senhores dos tribunais, que também não são perfeitos, mas entre duas dúvidas, a gente duvida dos menos maus. Sim, porque na justiça, às vezes, como aconteceu aos tanques russos na Ucrânia, também fica presa no lamaçal.

Porque dobraram os sinos em Farelo, se já nem usamos fumo no braço
E porque dobraram na semana passada os sinos da aldeia, em Farelo, perguntou o velho Ernesto Padilla, que ao longo de vários anos emigrante em França, de onde regressou com dois dedos a menos, e com uma reforma, a juntar aos 24 meses que passou em Mueda, Moçambique, nem lhe dá para substituir a sua velha boina basca. Ele que até foi boina verde.
Perguntava, então o Ernesto, porque tinham dobrado os sinos. E o Alexandre Carepa, moço da mesma idade, disse-lhe, que tinha morrido o tio Alfarroba, pai do Vasco Alfarroba. Olha! ali vai ele, o Vasco Alfarroba.

O quê? Morreu o pai e ele já vai vestido que até prece um arco iris? Na minha terra, chamávamos ao arco iris, o Arco da Velha à Tarde…

É isso Ernesto! já nem usamos um fumo no braço…

Coitado do tio Alfarroba. Matou-se, também em França, vivendo naquelas miseráveis bidonvilles, e afinal agora nem um lacinho preto…

Isto já não vai com vacinas, vai com VERDADE e RESPEITO

Treinava-se a dar injecções na almofada e um dia espetou a agulha na mãe…
Não tenho grandes pormenores sobre a infância, da afilhada do meu avô materno, Clara, mais tarde, Clara De Ambrósio, por parte do marido, um gajo que conheceu em Vila Nova de Mil Fontes, durante o casamento de uma prima espanhola. Sabia a miude, que ia muitas vezes ao médico, ao Dr. Nunes e que adorava levar injecções e daqui nasceu um sonho, que lhe ficaria para toda a vida, ou seja, tinha que ser enfermeira…
A mãe, Laurina Afonso, mais conhecida, pela Laurina Borato de Sódio, porque não fazia nada sem se socorrer do Borato de Sódio… que quando não o encontrava, gritava para o marido, João Bringel: – João! Onde está o bratosoda…
O tempo passou, e a Clara Ambrósio, também conhecida entre as colegas como a Clara Aspirina, porque vivia do complexo ou talvez não, que pudesse vir a ser vítima de um ataque cardíaco, andava sempre com aspirinas no bolso.
Recordava-se, que na altura em que era menina, lá em casa falava-se mais em Saridon e em Xarope Tossil, sobretudo este para que o catarro que às vezes os atacava, porque o Tossil fazia a limpeza dos pulmões. João Bringel misturava tudo. Até caldeava oito colheres bem fundas de medronho, numa colher de chá de Tossil…
Já na escola primária, a Clara era a primeira a socorrer os colegas mesmo que preferisse apertar-lhes o pescoço, numa hora de aflição, em vez da respiração boca a boca. Mas eram injecções que ela gostava de dar.
O irmão, Zé Parracho, chegou a apanhá-la a enfiar um dos bicos de uma agulha de fogão, na nádega da sua prima Ivone. À época foi um sarilho lá na rua, que só na meteu polícia, porque nesse dia, afinal o tempo não mudou muito, o carro da PSP não pegou, e o pessoal da segurança pública, recusou-se a sair da esquadra.
Não se pense que foi fácil à minha afilhada tirar o curso de enfermeira/parteira, porque depois daquela cena da agulha do fogão, ficou de tal forma traumatizada, que durante meses, nunca mais entrou na cozinha e multo menos, na alfaiataria do Policarpo, onde começou a tirar alinhavos…
Um dia, a Clarinha, já curada das feridas da agulha do fogão, ouviu entre as colegas da escola, um delas filha de Enfermeira D. Matilde Zacaria, que elas se treinavam a espetar as agulhas nas almofadas e desta forma adquirirem mais segurança quanto estivessem perante um caso real.
Em certa ocasião, por se encontrar uma bocado adoentada, Laurina Afonso ficou um pouco mais na cama e com o quarto todos às escuras procurou estar mais tempo deitada. A Clarinha, entrou no quarto pé ante pé, para não acordar a mãe, e ainda no escuro, espetou ao acaso uma agulha numa almofada, e no mesmo instante escuto o som profundamente amargurado de dor, por parte da mãe, pois a agulha tinha acertado em cheio no braço da mãe, que na altura dormia, com os braços sob a almofada.

Aí que me mataste – gritou D Laurina, que com o safanão com que procurou libertar-se do objecto que a tinha picado, fez com que o mesmo ficasse espetado no tecto.

Clarinha!. Mas o que é isso, Clarinha! – gritou a mãe. Sem saber o que se passava, perante o grito/dor da Laurina, João Bringel, adiantou: – Calma Laurina eu vou já a correr a buscar o bratosoda…
Anos mais tarde, já a Clara trabalhava como Enfermeira/Parteira, nos serviços da Caixa de Previdência, em Alhos Vedros, mantendo o seu casamento com Afonso De Ambrósio, de quem teve dois filhos, mas nunca mais voltou à terra. Aliás, sempre que lá ia, Laurina mostrava-lhe a tatuagem do diploma da filha como enfermeira/parteira.

Neto Gomes

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