A capital algarvia, ao invés do que sucede, por exemplo, com a vizinha cidade de Olhão da Restauração, é de uma pobreza confrangedora em matéria de arte nos monumentos públicos.
E muitos e bons motivos existem para que os mesmos sejam erguidos, na sua dupla missão: o prestar a homenagem e a gratidão a quantos é devida e a valorização artística do património público.
Salvam-se, salvo opiniões contrárias que em muito respeitamos, as estátuas de D. Afonso III, Conquistador da Cidade aos Mouros (1249), frente ao Museu Municipal e do Bispo D. Francisco Gomes do Avelar, no Largo da Sé e já no actual contexto autárquico os monumentos ao Grupo Folclórico de Faro e, talvez com uma discutível localização o do salvamento na II na Grande Guerra (Largo de São Francisco).
De resto, apenas o monumento ao poeta e pedagogo messinense João de Deus, com uns laivos de decorações florai…e por aí nos quedamos. Tudo o mais, excepção ao monumento a Ferreira de Almeida, são plintos, colunas, paralelepípedos encimados pelos bustos dos homenageados (Ferreira de Almeida, diplomata; Infante D. Henrique; Aboim Ascensão, Monsenhor Ferreira da Silva (o «Irmão Henrique», pintor Lyster Franco, escritor Assis Esperança., etc.).
Para quando as estátuas em honra de Brites de Almeida (a «Padeira de Aljubarrota») e D. João III, que elevou Faro a Cidade? Projectos adiados, permanentemente adiados.
Existe ainda um outro conjunto escultórico, com valia: «os adoradores do Sol», fora de portas, na Rotunda do Aeroporto. E por aqui nos quedamos, pela manifesta pobreza de monumentos de valia artística em Faro.