Pela primeira vez decidi abordar este tema, embora hoje não seja dia das mentiras, mas apenas porque, tal como acontece com outras questões como a taxa de criminalidade onde sobressai a violência doméstica, o álcool e a droga, cujo consumo tem disparado nos últimos anos, também a mentira e os mentirosos estão em crescendo neste pequeno e belo território, contribuindo decisivamente para o país menor que temos, em quase todas as áreas, nomeadamente na EDUCAÇÃO, SAÚDE, JUSTIÇA, TRANSPORTES, já para não tocar na pobre agricultura, no ambiente e nas forças militarizadas.
Sou um profissional de saúde, que durante 42 anos trabalhou no Serviço Nacional de Saúde e na função pública, e que continua a pugnar por um SNS mais abrangente e de melhor qualidade. Não é o que tem estado a acontecer desde há muitos anos a esta parte, em que a desorganização impera, com desmotivação dos profissionais em todas as vertentes, quer por se manterem as carreiras congeladas, quer por salários de miséria, quer muitas vezes pelas deficientes condições de trabalho.
E porque me surgiu na mente a ideia de escrever este artigo? Porque hoje mesmo assisti na Assembleia da República, no debate com o Sr. Ministro da Saúde, a uma inundação brutal, em que alguns deputados se iam afogando, dado o volume de mentiras com que Manuel Pizarro nos presenteou, na senda do que vem sendo hábito desde que este governo tomou posse em 2015. “A melhoria do SNS, com o aumento brutal de consultas, cirurgias e exames, com a diminuição do número de pessoas sem médico de família, prevendo-se até ao fim do ano, mais 250.000 portugueses com médico de família”, foi o retrato feito pelo sr. ministro. Será que o Dr. Manuel Pizarro é mesmo médico? Sinto-me verdadeiramente incomodado e envergonhado, com este comportamento do Sr. Ministro!
Vou terminar com um apelo a todos os profissionais de Saúde, da Educação, da Justiça, dos Transportes e outros nomeadamente de todas as Ordens Profissionais, que sejam resilientes (aprendi esta palavra com Marta Temido) e que lutem seriamente contra esta mentirosa democracia ou melhor contra esta ditadura disfarçada de democracia!
Portimão, 1 de julho de 2023