Acabaram os fundos europeus para financiar estradas em Portugal

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O chumbo ao apoio de novas infraestruturas rodoviárias é justificado com o início de um novo paradigma europeu para o desenvolvimento regional, que terá por metas prioritárias a inovação e investigação, agenda digital, apoio a PME, criação de emprego e fomento da bioeconomia

Os fundos estruturais do Quadro Cumunitário de Apoio 2014-2020 não servirão para financiar estradas em Portugal, nem nos restantes Estados-membros da União Europeia.

“Portugal já investiu muitos fundos europeus em infraestrururas rodoviárias. Não digo que as ligações last mile (estradas de ligação de eixos viários) não sejam importantes, mas terá de ser o Governo português a pagá-las”, refere a diretora geral de comunicação da Comissão Europeia para a política regional.

No final da entrega dos prémios RegioStras, em Bruxelas, Shirin Wheeler afirmou que não foi só Portugal a incluir rodovias no apresentação prévia do próximo Acordo de Parceria. “Não vamos abrir precedentes. Em todos os casos a Comissão chumbará os projetos”, acrescentou.

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O chumbo ao apoio de novas infraestruturas rodoviárias é justificado com o início de um novo paradigma europeu para o desenvolvimento regional, que terá por metas prioritárias a inovação e investigação, agenda digital, apoio a PME, criação de emprego, sobretudo jovem, e fomento da bioeconomia.

“A construção dá emprego provisório, não alimentará as famílias no futuro”, comenta Wheller, referindo que apenas 10 a 15% dos fundos comunitários serão alocados a investimentos físicos.

“O desafio futuro passa pelo investimento em projetos imateriais que gerem emprego e crescimento local”, explica, dando como exemplo o projeto de Paredes, Art on Chairs, vencedor do prémio RegioStars para o Crescimento Inteligente, ou o Ecoponto em Casa, da Maia Ambiente em parceria com a Lipor, um dos quatro finalistas da área do Crescimento Sustentável.

Shirin Wheeler refere ainda que Portugal tem das “melhores universidades da Europa” mas peca na ligação dos seus licenciados à indústria e às empresas, devendo “melhorar na área do empreendedorismo”.

A porta-voz da Comissão desvaloriza as críticas efetuadas ao relatório prévio do Acordo de Parceria apresentado por Portugal em janeiro. “Portugal foi dos primeiros a apresentar o documento e recebeu críticas, como os de todos os Estados-membros. É normal, estes acordos não são um teste de alunos do secundário, a quem se deve louvar o que está bem”, comenta.

RE

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