Um grupo de jovens de Portimão pretende legalizar as corridas de veículos motorizados. A ideia passa por encontrar um local com segurança que possa servir de palco para as corridas, sendo o aeródromo municipal a hipótese que mais agrada aos adeptos e pilotos amadores.
Tiago Sequeira é o porta-voz de um grupo de amigos que se reúne, todas as sextas-feiras à noite, no cais comercial de Portimão. Os jovens, que há cerca de duas semanas presenciaram o acidente onde faleceram dois amigos, Rosti e Daniel, de 17 e 19 anos, querem acabar com a imagem ilegal destas concentrações.
Para isso, Tiago e os colegas estão a mobilizar todos os adeptos e participantes nestes encontros para procurarem um local onde se possam desenrolar corridas legais.
“Vamos pedir à Câmara de Portimão para autorizar estas iniciativas num local mais apropriado, com melhores condições de segurança para pilotos e assistência, inclusivamente equipado com ambulâncias para qualquer eventualidade”, refere ao JA o jovem de 18 anos, adiantando que o local mais indicado à primeira vista seria o aeródromo municipal, em Montes de Alvor, logo seguido pelo autódromo, perto da Mexilhoeira Grande.
“Queremos que esteja tudo legalizado, por isso, solicitamos às entidades competentes um local para realizar estes eventos. Nós estamos dispostos a pagar por isso”, frisa Tiago Sequeira, apontando como exemplo as corridas legais que se realizam no aeródromo de Santarém.
Nesta cidade do centro do país, todas as sextas-feiras à noite, o aeródromo é palco de corridas onde qualquer veículo motorizado pode participar. Os bilhetes custam dois euros e dá para participar com qualquer veículo ou apenas assistir às competições que envolvem “pilotos” amadores.
“A nossa ideia é a mesma, ou seja, queremos ter um sítio fechado, onde se realizam corridas e outros eventos autorizados, com o trânsito completamente fechado, sem colocar em perigo a vida de outras pessoas. O ideal era ter uma ambulância e tudo”, sugere Tiago Sequeira.
Os jovens têm assim esperança que, depois da tragédia que tirou a vida aos dois amigos, na madrugada de 28 de janeiro, as autoridades permitam a legalização das corridas num local autorizado.
Eventos que envolvem sempre riscos
O comissário Carlos Pinto soube da intenção dos jovens através do JA e reagiu com prudência. “Parece ser a melhor solução à primeira vista, na medida em que isso diminuiria alguns riscos e sempre seria melhor que andarem a acelerar na V6 ou noutras artérias da cidade”, comenta.
Por outro lado, o comandante da PSP de Portimão recorda que, mesmo num espaço preparado para o efeito, “este tipo de eventos envolve sempre riscos”.
“Não estamos a falar de corridas profissionais, com pilotos experientes e que usam equipamentos de proteção apropriados”, sublinhou o responsável das forças de segurança.
Se temos um autódromo porque inventar num aeródromo?
A solução não é a Câmara de Portimão, a solução é pagarem pelos serviços e usufruírem, quem não tem dinheiro não tem vícios